domingo, 13 de outubro de 2024

Papa aos novos cardeais: título de "servidor" ofusque o de "eminência"

 

                                               Foto: Vatiacan Media


Francisco escreveu uma carta de boas-vindas aos novos cardeais que serão criados no dia 7 de dezembro no Vaticano. Serão 21 novos cardeais entre eles o brasileiro Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, também presidente da CNBB e do Celam.

Vatican News


Na manhã deste sábado (12) foi publicada uma carta que o Papa Francisco enviou a todos os novos cardeais que serão criados no Consistório de 7 de dezembro próximo no Vaticano. Francisco iniciou a carta recordando que com a criação cardinalícia passarão a fazer parte do clero de Roma e que “esta pertença exprime a unidade da Igreja e o vínculo de todas as Igrejas com a Igreja de Roma”. Em seguida lançou um convite para que no cardinalato sejam encarnadas as três atitudes com as quais um poeta argentino – Francisco Luis Bernárdez – descreveu São João da Cruz, mas que também nos convêm: “olhos altos, mãos juntas, pés descalços”.


Olhar mais longe com as mãos juntas e pés descalços

Explicando em seguida: “Olhos altos, porque o teu serviço vai exigir que amplies o teu olhar e expandas o teu coração, para poderes olhar mais longe e amar mais universalmente e com maior intensidade. Entrar na escola do Seu olhar – Bento XVI – que é o lado aberto de Cristo”.


Depois, Francisco escreve: “Mãos juntas, pois a tua oração é o que mais a Igreja necessita – junto ao anúncio – para poder apascentar bem o rebanho de Cristo. A oração, que é o âmbito do discernimento para ajudar-me a buscar e a encontrar a vontade de Deus para o nosso povo, e para segui-la”.


Por fim, o Santo Padre escreve sobre a terceira atitude com a qual foi descrito São João da Cruz: “Pés descalços, que tocam a aspereza da realidade de muitos rincões do mundo, embriagados de dor e sofrimento por causa das guerras, das discriminações, das perseguições, da fome e das numerosas formas de pobreza que exigirão de ti tanta compaixão e misericórdia”.


Concluindo, o Santo Padre agradece a generosidade dos futuros cardeais confirmando suas orações por eles “a fim de que o título de “servidor” – diácono – ofusque cada vez mais o de “eminência”.

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