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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
ESTREIA–Animação “Sing” seduz com colorido vibrante e façanhas musicais
“Sing – Quem Canta Seus Males Espanta” parece um ponto de mudança na história do estúdio de animação Illumination Entertainment – o mesmo de “Meu Malvado Favorito” e “Minions”, entre outros. Aqui, ao contrário das historinhas insossas para crianças menores, há uma certa sagacidade e picardia, algo já esboçado em “Pets – A Vida Secreta dos Bichos”.
As ideias para os dois filmes, aliás, vieram do criador do estúdio, Christopher Meledandri. Em “Sing”, o protagonista é um coala dono de um teatro decadente, chamado Buster (Matthew McConaughey, na versão original/Marcelo Garcia, na dublada), que precisa a todo custo fazer um show que dê lucro, do contrário, o banco tomará o prédio.
Sua ideia é fazer um concurso – à la reality shows musicais, como “American Idol” e afins – e a partir daí montar um espetáculo com os melhores. Ele pede para sua secretária atrapalhada produzir cartazes avisando que o prêmio será de US$ 1.000, mas por uma confusão, envolvendo o computador e o olho de vidro, sai impresso US$ 100 mil.
O resultado é um número gigante de candidatos, muitas audições (a maioria delas envolvendo cantores ruins e momentos de humor) até se chegar aos finalistas que estarão no show. É curioso como o filme – escrito e dirigido por Garth Jennings – explora pouco esse momento. Há um potencial muito grande aqui, mas as audições duram pouco.
Os escolhidos são de temperamentos e perfis mais variados. Ash (Scarlett Johanson/Wanessa Camargo) é uma porco-espinho cujo namorado, com quem faz uma dupla de punk-rock, a abandona porque ela é escolhida e ele, não. Rosita (Reese Witherspoon/Mariana Ximenes) é uma porca dona-de-casa cansada de cuidar da dezena de filhos e do marido negligente, que passa o dia cantando. Johnny (Taron Egerton/Fiuk) é um gorila obrigado a ajudar o pai e sua gangue em roubos a bancos, e Meena (Tori Kelly/Sandy), uma elefanta com uma tremenda voz, mas tímida e atrapalhada, que aceita trabalhar na equipe técnica.
Quem ameaça roubar o show é o camundongo Mike (Seth MacFarlane/Claudio Galvan). Espertinho e levemente golpista, dono de uma voz afinada e um ego imenso, tem estilo à Frank Sinatra. É um personagem sedutor e carismático, mesmo sendo, às vezes, irritante.
Tudo vai relativamente bem, o espetáculo começa a ser produzido e os personagens lidam com seus problemas, até uma reviravolta inesperada colocar Buster na sarjeta. Ele conta apenas com a ajuda de seu melhor amigo, Eddie (John C. Reilly/Alexandre Moreno). Quem poderia salvá-lo é exatamente a avó de Eddie, uma diva rica e aposentada (Jennifer Hudson e Jennifer Saunders/Marcia Coutinho), cujo talento é superado pelo mau humor. Mas foi ela, com sua bela voz, quem mostrou ao protagonista, quando ainda era criança, tudo o que um espetáculo poderia ser.
Apesar das típicas lições das animações para crianças – como “seja autêntico que tudo dará certo, acredite no seu potencial”... – “Sing” seduz com seu colorido vibrante, personagens carismáticos e uma trilha sonora que vai de Frank Sinatra a Lady Gaga, passando por Steve Wonder, Elton John e outros.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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