sábado, 21 de fevereiro de 2009

Produtores cariocas defendem que Rio de Janeiro é paraíso perdido do heavy metal -

Da Agência JB

Em março do ano passado, o Iron Maiden trouxe para o Brasil uma parte de sua turnê "Somewhere Back In Time", que recordava os tempos áureos de discos como "The Number of The Beast" (1982) e "Powerslave" (1984). Só que, por problemas de agenda, o Rio de Janeiro ficou de fora.

Agora, não apenas o Iron, mas o Kiss e até o Heaven and Hell, que inclui quatro músicos que passaram pelo monolito metálico Black Sabbath (os fundadores Tony Iommi e Geezer Butler, além de Vinnie Appice na bateria e Ronnie James Dio no vocal) passam pelo Rio --respectivamente nos dias 14 de março, 8 de abril (ambos na Praça da Apoteose) e 17 de maio (no Citibank Hall, na Barra). Fala-se também, sem confirmação, de shows do AC/DC, no segundo semestre.



Em tempos de crise, muitos empresários defendem que o Rio, primeira cidade brasileira a agendar grandes shows de heavy metal, retomou a função de paraíso perdido do gênero. "O Rio tem tudo a ver com o heavy metal. Foi uma chiadeira geral quando o Iron não veio aqui em 2008", recorda Amaral, diretor da empresa Sale, que traz o IM à cidade.

"Bandas como o Iron e o Kiss sempre se interessaram pelo Brasil e pela América do Sul de forma geral, mas quando entra o nome do Rio o interesse aumenta. Inclusive pelo histórico das edições do Rock In Rio, do Hollywood Rock e dos shows na Praia de Copacabana", completa o diretor.

Alexandre Faria, da T4F, que traz o Kiss, disse que, por trás da vinda da banda --que aporta no Rio com a turnê comemorativa de 35 anos de carreira, "Kiss Alive/35"-- está um amor histórico pela cidade. "Eles até hoje não esquecem do show que deram em 1983 no Maracanã. A ligação emocional da banda com o Rio é forte. Tanto que estão trazendo o show completo, com tudo a que temos direito", afirma Faria, também responsável por trazer o Heaven and Hell.

"Será a oportunidade de assistir a uma das bandas criadoras do heavy metal, pois o núcleo básico do Black Sabbath estará lá, com os maiores sucessos do grupo. E é um show que transcende o metal. Assim como acontece com o do Kiss, que atinge fãs de hard rock e de rock progressivo", diz Faria.

Amaral frisa que só há um único detalhe faltando para que o Rio se estabeleça como um epicentro metaleiro (ou pelo menos roqueiro). "Não temos uma rádio dedicada ao rock no dial carioca", afirma ele, que mantém contato direto com os fãs das bandas que traz ao Rio. "Eles oferecem até material antigo para a gente, tudo das turnês passadas na cidade".

O produtor Luiz Claudio Maradona, que costuma organizar caravanas para shows, é outro a repetir a velha máxima de que trata-se de um mercado sustentado por fãs fiéis, o que atenua a crise. "O fã de metal destaca-se por isso. Ele compra tudo: camiseta, CD, DVD. No Rio, acho que o Iron e o Kiss vão juntar cerca de 40 mil admiradores cada um. O Heaven and Hell também deve encher o Citibank Hall", afirma.

Maradona também diz que os shows no Rio estão servindo para movimentar o mercado de fora do estado. "Há gente de todo o Brasil depositando dinheiro na minha conta para que eu compre ingressos para o show do Kiss. Estão desesperados para ver a banda. Para o carioca, que não os vê desde 1983, então, o desespero é ainda maior".

Já Faria diz apostar numa fidelidade que passa de pai para filho, dos headbangers veteranos (que viram bandas como Kiss e Iron Maiden no Rio, nos anos 80) para suas descendências.

"Nas apresentações dessas bandas, comparecem de duas a três gerações. Shows do Kiss ou do Iron são um programa de família, também por causa das aparições recentes do Gene Simmons (baixista do Kiss) em reality shows ('Gene Simmons Family Jewels', do canal pago A&E)".

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