Acontecerá na quarta-feira (6), às 19h30, no Teatro Aracy Balabanian
do Centro Cultural José Octávio Guizzo, o lançamento do livro "Salas
de Sonhos – História dos Cinemas de Campo Grande", das jornalistas
Marinete Pinheiro e Neide Fischer. O livro tem o apoio do Governo do
Estado, através da Fundação de Cultura e da Prefeitura Municipal de
Campo Grande e lançado pela editora da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS).
O lançamento faz parte das comemorações dos 109 anos do aniversário da
capital, e na ocasião haverá também a exibição do curta-metragem "O
Guarany" – sobre a história de um cinema homônimo em Salvador,
apresentação do Sexteto Instrumental de Campo Grande, tocando Jazz e a
exposição das fotos que compõem a obra.
"Reunindo cinema, literatura, teatro, música e fotografia, queremos
proporcionar ao público uma volta aos tempos áureos dos cinemas em
Campo Grande", conta Marinete.
Fruto da ânsia de valorizar e preservar a história cinematográfica de
Mato Grosso do Sul, a primeira versão da pesquisa foi apresentada por
Marinete Pinheiro e Neide Fischer como trabalho de conclusão do curso
de jornalismo em 2005, e no decorrer de dois anos este trabalho foi
ampliado. Ainda estudante, Marinete, não acreditava que existia
história de cinema em Campo Grande. "As pessoas mais jovens não
imaginam a importância que as salas de cinema tinham para a sociedade
campo-grandense porque, hoje, a tecnologia antecede a alfabetização, e
os mais velhos com certeza vão encontrar nesta obra lembranças
nostálgicas de quem trocou muitos gibis, paquerou e deu muitas
gargalhadas nos cinemas da cidade", comenta.
Para reunir o material as autoras tiveram dificuldades com as salas
mais antigas porque as informações estavam fragmentadas. "A solução
foi recorrer aos arquivos pessoais, por isso tivemos que estabelecer
um painel detalhado, de forma a deixar registrado a existência
temporária de algumas salas que abriam e fechavam com rapidez. Neste
contato com as pessoas que tiveram uma passagem marcante pelas salas
de cinema, nós encontramos imagens riquíssimas, com isso a ilustração
é um atrativo a parte que trará a tona boas recordações as pessoas que
freqüentaram os cinemas da cidade", afirma Marinete.
Durante várias décadas as salas de cinema foram os principais espaços
de lazer dos campo-grandenses, com isso diversos fatos interessantes
que aconteceram e marcaram não só a vida das pessoas como da
sociedade. O livro "Salas de Sonhos – História dos cinemas de Campo
Grande" é um recorte histórico do fim das salas de cinema de rua, da
substituição dos "espaços dos sonhos" pelas "modernas multiplexes".
O livro que começa com a primeira exibição realizada em 1910, faz um
apanhando das aberturas e fechamentos das salas de cinema com relatos
bem curiosos, entre eles a existência de cinemas nos bairros Nova
Campo Grande e Santo Amaro. "Além de contar a forma improvisada que
marcou a primeira exibição realizada em Campo Grande há quase cem
anos, onde cada um tinha que levar seu banquinho, e os filmes eram
pequenas esquetes projetadas num lençol, o livro ainda possibilita ao
leitor penetrar nas "subversivas" reuniões do Cineclube e se deparar
com a avassaladora chegada da televisão, do videocassete e do DVD",
comenta a jornalista.
O livro que teve pré-lançamento no 15º Festival de Cinema e Vídeo de
Cuiabá, realizado em maio, mostra que a história deixada na memória
das pessoas que viveram a lúdica da sétima arte, nos leva a refletir
sobre importância do cinema como espaço de convivência numa sociedade
que a cada dia consome mais filme e cada dia vai menos ao cinema. "É
um livro que mostra a mudança na forma de se consumir filmes provocada
pelo avanço tecnológico, com o despertar intrigante de que este avanço
está longe de substituir o escurinho do cinema, território inigualável
da imaginação", afirma Marinete.
Da autora: Marinete Pinheiro é jornalista e produtora cultural,
trabalhou em Organizações Não Governamentais (ONGs), emissora de rádio
em Campo Grande, televisão (Rede TV) em Mato Grosso. Produziu
documentários e atualmente é correspondente do "Renacer - El periódico
de la colectividad boliviana en Argentina"
Mais informações podem ser obtidas no Centro Cultural José Octávio
Guizzo, na Rua 26 de Agosto, 453 ou pelo telefone 3317-1792 de terça a
sábado das 8h às 22h e domingo das 13h às 18h.
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