O público do 9º Festival de Inverno de Bonito vai poder apreciar a
arte dos músicos, intérpretes e outros artistas de Mato Grosso do Sul,
domingo (3), no projeto Planeta Música que vai acontecer na Grande
Tenda do festival, que fica na rua Cel Pilad Rebuá, às 22h30. A
entrada é franca.
As questões ambientais e a sustentabilidade das etnias indígenas que
vivem no Estado irão dar o tom do show, que tem a direção um
descendente de Terena, o tecladista Otávio Neto. Quinze músicas de
diversos estilos irão compor o repertório. O diretor do espetáculo
falou sobre sua produção e suas expectativas para o show:
Como surgiu a idéia deste projeto?
Otávio Neto - A preocupação com o meio ambiente é muito grande. A
gente precisa fazer alguma coisa para ajudar. O artista pode ajudar
com a arte dele, com sua música. O nosso Estado é muito rico nesse
tipo de música que tem o meio ambiente como tema, a terra, a água, o
índio. Fiz uma pesquisa e descobri que existem umas 80 músicas com o
tema meio ambiente. Foi difícil escolher entre elas, pois são músicas
lindíssimas. O princípio mesmo é a preocupação com o meio ambiente.
Nossa espada é a música. É nosso canto. O projeto é dividido em temas
e nosso show vai abordar a água, a terra, o índio, a violência contra
as etnias e a preservação. Sou descendente de Terena, da aldeia de
Taunai, com carteira registrada na Funai. Estou formando uma Ong que
vai defender os interesses dos indígenas e nossa arte pode contribuir
muito para isso. Queremos demonstrar que precisamos de Deus para
equilibrar o mundo. Tem muita coisa para ser pensado e trabalhado
pelos indígenas. Eles precisam é de ferramentas para trabalhar. Minha
Ong tem a pretensão de proporcionar a eles essas ferramentas. Eu sei
que eles querem ser auto-sustentáveis, não depender de ninguém e não
serem vistos como coitados.
Qual foi o critério de escolha dos artistas?
Nós temos muitos artistas que poderiam ter participado. Escolhi
artistas que devido à suas características, poderiam interpretar de
uma forma bela as músicas. São eles: Edineide Dias, Melissa Azevedo,
Maria Cláudia e Marcos Mendes, Tostão e Guarany, Américo e Nando,
Celito Espíndola, Guilherme Rondon, Gilson Espíndola, Zé Geral e
Daniel Freitas. Os backing vocals também foram escolhidos para
engrandecer o projeto e ficam com a Marta Cel, Priscila, Patrícia
Carvalho, Débora Paez, Samuka Nascimento, Marcelo Sas, Maik Brito. A
Orquestra Sinfônica com o maestro Eduardo Martineli também vai
participar e outros profissionais como Dj Léo Copetti, o grupo de
dança Corpomancia, Maurício Copetti no vídeo, Aline Ranelli na
cenografia e Espedito Monte Branco na iluminação. A miss MS 2008 [que
é índia] vai fazer uma participação. A banda que vai acompanhar os
intérpretes é formada por mim no teclado, Alex Mesquita no baixo, Luiz
Meira na guitarras e violão, Adriel Santos na bateria e percussão e
Eliseu Capim no acordeon. O objetivo é dar continuidade a esse projeto
e fazer outras edições renovando sempre o elenco.
A cultura indígena inspirou os arranjos que serão executados no show?
A cultura indígena me inspira muito nas minhas composições e de
compositores sul-mato-grosenses. No show faremos um canto Terena.
Quais são as expectativas com relação ao público do festival?
O público vai gostar muito do show, pois ele leva à conscientização,
vai fazer pensar. Falaremos do ambiente que estamos vivendo por meio
do reague, chamamé, polca eletrônica, entre outros estilos. Os
artistas são incríveis, cada um com sua musicalidade. A mensagem que
queremos transmitir é a de que nós somos responsáveis por este mundo
que Deus colocou nas nossas mãos. Mas o equilíbrio está dentro de nós.
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