O vereador Marquinhos Trad (PDT) protocolou uma queixa-crime no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul contra a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP). Ele acusa a chefe do Executivo de calúnia e solicita ainda uma indenização de R$ 150 mil por danos morais, alegando que a prefeita teria “propagado mentiras” ao associá-lo a atos de violência em eventos públicos. Esta é a primeira vez que Adriane enfrentará um processo judicial motivado por declarações feitas contra adversários políticos.
A ação é baseada em entrevista concedida por Adriane ao programa Tribuna Livre, da FM Capital, na terça-feira (2). Na ocasião, a prefeita voltou-se contra seus críticos em meio à repercussão negativa da atuação da Guarda Municipal, que foi acusada de uso excessivo de força. Durante a entrevista, a prefeita afirmou que Marquinhos Trad e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) estariam por trás de protestos organizados contra sua gestão, mencionando a suposta contratação de “bandidos armados” para gerar tumulto e desordem.
Acusações consideradas “falsas e desonrosas”
O advogado de Marquinhos, Valdir Custódio, classificou as declarações como graves e criminosas.
Na petição, ele destacou:
“Acusa o Querelado e a pessoa de Rose Modesto de contratar bandidos armados, para, de forma coordenada e reiterada, promover desordem pública, baderna e desconforto social”.
A defesa argumenta que a fala da prefeita tem amplo alcance, já que foi veiculada em emissora de rádio, repercutida pela imprensa local e replicada nas redes sociais, atingindo milhares de pessoas em Campo Grande e em todo Mato Grosso do Sul.
Custódio também afirmou que a acusação feita por Adriane sugere a prática de diversos crimes, caso fosse verdadeira, incluindo organização criminosa, financiamento de atos violentos e ameaça à ordem pública.
Crise política amplia desgaste da prefeita
O processo chega em um momento de forte desgaste para Adriane Lopes. Segundo pesquisa do Instituto Ranking Brasil Inteligência, 85% dos campo-grandenses reprovam a administração municipal. A prefeita tenta recuperar popularidade com ações voltadas para a programação de Natal, mas enfrenta críticas severas de opositores, que a chamam de “mentirosa”.
Neste cenário, a judicialização das declarações da prefeita agrava a crise interna no Paço Municipal. Durante a campanha de 2024, Adriane já havia acusado adversários, como quando chamou Rose Modesto de “rainha do fake news” em debate televisivo, mas nunca havia sido acionada judicialmente por suas afirmações.
A queixa-crime de Marquinhos Trad foi distribuída ao desembargador Jonas Hass Silva Júnior, que deverá analisar o caso. Se aceita, a prefeita terá de responder formalmente à acusação de calúnia.
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