segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

China ajusta compras e reforça foco na autossuficiência

 

                                            Foto: Ivan Bueno/APPA 


A perspectiva para o mercado global de soja indica um movimento de ajuste, marcado pela tentativa da China de reduzir a dependência externa e ampliar a autossuficiência. A expectativa é de queda de 1 milhão de toneladas nas importações do país, que devem alcançar 106 milhões de toneladas no ano comercial 2025-26.


O relatório do Foreign Agricultural Service mantém a projeção de produção chinesa em 19,93 milhões de toneladas, apoiada em uma área plantada de 9,96 milhões de hectares. Os números superam levemente as estimativas anteriores e também os resultados previstos para 2024-25. As mudanças ocorrem em um cenário de maior intervenção estatal, após compromissos assumidos em encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, quando foram anunciadas reduções tarifárias e o fim da suspensão de três embarcadoras dos Estados Unidos.


Até o fim de novembro, fontes do setor estimavam compras de 2,9 milhões de toneladas de soja norte-americana. Apesar disso, desde o início da temporada de exportação da América do Sul, a China intensificou sua demanda por produto brasileiro, registrando em maio a maior importação mensal já feita pelo país, com destaque para 12,1 milhões de toneladas embarcadas pelo Brasil.


O consumo de farelo segue como principal motor da demanda interna. A previsão para 2024-25 foi elevada para 103,2 milhões de toneladas, com o farelo de soja respondendo por cerca de 74% do total usado na alimentação animal. Os preços mais baixos mantêm o ritmo do setor e sustentam a projeção de esmagamento em 101 milhões de toneladas para 2025-26. Segundo o FAS, autoridades de Pequim seguem pressionando indústrias, sobretudo estatais, a ampliar o uso da soja doméstica


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