sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Furacão Helene deixa 17 mortos nos EUA e 3 milhões sem energia na costa leste

 

                                             AFP

Inundação atinge estradas, residências e empresas na Flórida, Georgia e Carolina do Sul; fenômeno é classificado como 'extremamente perigoso'

AFP e Reuters

O furacão Helene causou a morte de 17 pessoas e deixou três milhões de usuários sem eletricidade no sudeste dos Estados Unidos, após atingir a costa da Flórida nesta sexta-feira (27), de acordo com balanço atualizado por autoridades locais.


À medida que enfraquecia para se tornar uma tempestade tropical, o Helene avançou para o interior através dos estados da Geórgia e Carolina do Sul, inundando estradas, residências e empresas. Na véspera, o furacão havia subido para a categoria 4 ao tocar o solo americano, o que indica um fenômeno "extremamente perigoso".


"Essas chuvas provavelmente resultarão em inundações repentinas e urbanas catastróficas e potencialmente mortais, juntamente com inundações fluviais significativas e recordes", afirmou o Centro Nacional de Furacões (NHC). "São esperados numerosos deslizamentos de terra importantes em terrenos íngremes no sul dos Apalaches", acrescentou.


O governador da Geórgia, Brian Kemp, reportou 11 mortos em seu estado, entre elas um socorrista, enquanto as autoridades do condado de Pinellas, na Flórida, confirmaram cinco mortes relacionadas ao Helene. Outra vítima foi confirmada na Carolina do Norte.


Quando os dados ainda apontavam quatro mortos, a imprensa local afirmou que duas das pessoas mortas na Geórgia eram um casal que teve seu trailer arrastado. Já na Flórida, a vítima dirigia na cidade de Tampa, no leste do estado, no momento da morte, de acordo com o governador Ron DeSantis. Uma pessoa também morreu em Charlotte, Carolina do Norte, quando uma árvore caiu sobre uma casa, informou o departamento de bombeiros.


O furacão alcançou a costa com ventos que chegaram a 225 km/h nas imediações de Perry, cidade no noroeste da Flórida que tem quase 7.000 habitantes. Os aeroportos de Tampa e Tallahassee, no leste e noroeste do estado, respectivamente, foram fechados, e dois milhões de residências e estabelecimentos comerciais na Flórida e na Geórgia ficaram sem energia elétrica, informou o site PowerOutage.us.


Em uma mensagem na rede social X, o governador da Geórgia, Brian Kemp, pediu para os moradores "se prepararem para novos impactos de Helene".


Apesar dos alertas, há os que permaneceram em zonas de perigo. Patrick Riickert, por exemplo, recusou-se a deixar sua pequena casa de madeira em Crawfordville, uma cidade de 5.000 habitantes no meio do caminho entre Tallahassee e a costa. A maioria dos moradores já saiu do local, mas ele, a mulher e os cinco netos "não vão a lugar nenhum", disse esse homem de 58 anos à agência de notícias AFP.


Ele fez o mesmo em 2018, quando o mortal furacão Michael, de categoria 5, atingiu o noroeste da Flórida. "Confio na minha fé que Deus me manterá a salvo", afirmou.


O NHC alertou para até 510 mm de chuva em pontos isolados do interior, além de inundações potencialmente fatais e deslizamentos de terra no sul dos Apalaches. Vários estados estão na rota potencial do Helene e já estão sendo atingidos por ventos fortes e chuvas intensas. As águas das inundações nas cidades ao redor da baía de Tampa, por exemplo, tornaram as estradas intransitáveis, mostrou a imprensa local.


"Este será um evento que afetará vários estados e que pode ter um impacto significativo", disse a administradora da Agência Federal para a Gestão de Emergências, Deanne Criswell, na Casa Branca, depois de informar o presidente Joe Biden sobre a situação. "O presidente quer garantir que todos prestem atenção aos possíveis impactos dessa tempestade, que podem colocar vidas em risco", declarou.


O Helene já atingiu a Península de Yucatán, no México, onde ficam vários resorts turísticos. No começo da semana, aliás, duas pessoas morreram no país após a passagem do John, que tocou o solo como um furacão de categoria 3 na noite da última segunda (23).


Milhões de pessoas têm sido impactadas por fenômenos meteorológicos extremos e por ondas de calor prolongadas em todo o mundo nas últimas semanas. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática) já afirmou que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças é causada pela ação humana.


Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.

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