segunda-feira, 1 de julho de 2024

Feijão em momento de transição

 

                                                Foto: Canva


Segundo informações do Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (IBRAFE), durante a semana passada, o mercado de feijão apresentou um comportamento típico de transição, marcado pelo fim da colheita e comercialização da maior parte da segunda safra e pelo início da colheita da terceira safra. A disparidade de preços continua significativa, especialmente no feijão-carioca, que varia de R$ 170/180 até R$ 320, dependendo da qualidade e da região de cultivo, como os primeiros pivôs colhidos em áreas irrigadas de Minas Gerais e Goiás.


Nesta semana, há uma boa chance de que os níveis de preço se mantenham, com os empacotadores adotando uma postura cautelosa ao comprar e entregar rapidamente. Eles estão conscientes de que, historicamente, o aumento do volume colhido tende a fazer com que os preços diminuam gradualmente, embora não se saiba exatamente quando isso ocorrerá. Até o final da semana passada e início desta, alguns lotes de feijão foram negociados antes da colheita, ainda que em pequena quantidade.


Além das questões de mercado, os grupos de discussão técnica têm destacado os desafios enfrentados no campo, principalmente as perdas e atrasos no plantio causados pela mosca branca, contaminada com o vírus do mosaico dourado. Esta praga tem sido uma preocupação constante, impactando negativamente a produtividade e a qualidade das safras.


Outro fator que preocupa é o relatado pelo engenheiro Agrônomo Edson Pina. “Com relação ao mosaico dourado, estamos enfrentando uma situação tensa nas áreas de cultivo. A virose está se espalhando em quase 90% das plantações. Os danos variam: algumas áreas têm infecções insignificantes, enquanto outras já apresentam até 50% das plantas afetadas”, comenta.


“Observamos uma alta contaminação principalmente em áreas próximas ao cultivo de algodão. Durante a safrinha, também tivemos algumas áreas de Feijão contaminadas, resultando em folhas com manchas verdes. A mosca branca, inicialmente presente na soja, migrou para o algodão, Feijão safrinha, crotalária (planta de cobertura), gergelim, mato e plantas daninhas. Agora, parece que ela voltou ao nosso querido Feijãozinho”, conclui.


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