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Mercado de bananas apresenta variações de preços em Santa Catarina
O mercado de bananas em Santa Catarina durante os meses de maio e junho de 2024 registrou variações de preços e oferta devido a fatores climáticos e sazonais, conforme dados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) no Boletim Agropecuário de julho. Em âmbito nacional, as bananas-nanica e prata tiveram preços influenciados pela oferta e pela concorrência com outras frutas. As exportações catarinenses de bananas também enfrentaram desafios, com uma redução significativa no volume exportado.
De acordo com o boletim, entre maio e junho de 2024, as cotações da banana-caturra apresentaram valorização de 28,7% devido à menor oferta nacional da variedade. No entanto, no comparativo entre junho de 2024 e o mesmo mês do ano anterior, houve uma desvalorização de 21,6% nos preços. No primeiro semestre de 2024, os preços da banana-caturra valorizaram 9,2% em relação ao mesmo período de 2023, devido à oferta mais limitada. A expectativa é de manutenção nos preços, com demanda e oferta reduzidas.
Para a banana-prata, entre maio e junho de 2024, houve uma desvalorização de 19,8% nos preços devido à perda de qualidade causada pelo aumento das precipitações nos bananais. Em junho, as cotações estavam 2,5% mais altas em relação ao mesmo mês do ano anterior e 10,8% no comparativo entre o primeiro quadrimestre de 2024 e o mesmo período do ano anterior, como resultado da menor produção atual. A expectativa é de desvalorização dos preços, com a menor demanda pela variedade durante as férias escolares.
Litoral Norte Catarinense: A oferta de banana-caturra aumentou entre abril e maio, resultando em desvalorização das cotações devido às temperaturas acima da média para o período. Entre maio e junho, eventos climáticos adversos reduziram a oferta nacional da variedade, elevando os preços. Em junho, predominaram temperaturas mais elevadas e baixa precipitação, revertendo no final de junho e início de julho, com aumento das precipitações e queda das temperaturas. A perspectiva é de manutenção da valorização com a redução sazonal da oferta da variedade. A banana-prata desvalorizou entre maio e junho, mas espera-se recuperação dos preços em julho com menor oferta.
Litoral Sul Catarinense: A banana-prata apresentou desvalorização entre maio e junho devido à concorrência com outras frutas da época, que reduziu a demanda. A banana-caturra apresentou leve valorização entre maio e junho, tendência que deve se manter em julho com a menor oferta da fruta na região. Em julho, espera-se manutenção dos preços regionais com a menor demanda e oferta da fruta.
No mercado atacadista estadual, entre maio e junho de 2024, houve desvalorização de 11,5% nas cotações da banana-caturra, devido ao aumento na oferta da variedade, e desvalorização de 0,5% nas cotações da banana-prata, por conta da concorrência sazonal com outras frutas. No comparativo com junho do ano anterior, os preços apresentaram desvalorização de 20,1% para a banana-caturra e valorização de 3,7% para a banana-prata. No primeiro semestre de 2024, os preços valorizaram 4,5% para a banana-caturra e 10,3% para a banana-prata em comparação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa no atacado é de manutenção das cotações, com redução na demanda durante as férias escolares e na oferta com a queda nas temperaturas afetando o desenvolvimento dos cachos nos próximos meses.
Nas Centrais de Abastecimento de Santa Catarina (Ceasa-SC), o volume comercializado de banana no primeiro semestre de 2024 foi de 5,4 mil toneladas, com aumento de 9,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, gerando R$20,5 milhões em valores negociados, uma ampliação de 9% em comparação a 2023. No semestre, 68% do volume comercializado (3.711 toneladas) na central estadual era de origem catarinense, gerando 65,1% dos valores negociados (R$13,3 milhões), uma ampliação de 23,2% em comparação a 2023. Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp-SP), no primeiro semestre de 2024, a fruta de origem catarinense participou com 6,2% do volume comercializado (2.044 toneladas) na central paulistana, um aumento de 33,1% na quantidade comercializada em relação ao ano anterior. Em valores negociados, a banana catarinense representou 4,7% (R$6,4 milhões), uma ampliação de 58,8% em comparação a 2023.
Para a banana-nanica, nos estados do Sudeste, entre maio e junho, houve redução na oferta da fruta, aumentando as cotações. No Norte de Minas, a menor oferta nacional tende a manter os preços. No Vale do Ribeira, entre abril e maio, a maior oferta pressionou a desvalorização das cotações em maio. Entre maio e junho, com maior amplitude térmica diária, o desenvolvimento dos cachos reduziu, diminuindo a oferta da fruta em junho e valorizando os preços, que seguem em alta em julho. Na Bahia, a oferta limitada pelos impactos climáticos em maio valorizou as cotações da variedade na região. Em junho, os preços mantiveram a valorização com oferta restrita. A expectativa é de manutenção das cotações com a menor demanda pela variedade.
Para a banana-prata, entre maio e junho, houve redução na demanda devido à concorrência com outras frutas da época, perda de qualidade da fruta com alta variação nas temperaturas e aumento da oferta em maio, provocando a desvalorização dos preços. No Vale do Ribeira, a baixa precipitação nos bananais determinou menor calibre da fruta e desvalorização nas cotações. Nas regiões mineira e nordestina, a maior oferta da variedade no mercado nacional e a concorrência com outras frutas reduziram os preços da variedade.
No primeiro semestre de 2024, as exportações brasileiras de bananas foram de US$8,74 milhões, uma redução de 52,74% em relação ao mesmo período do ano anterior. Santa Catarina participou com 43,09% do valor das frutas exportadas, totalizando US$3,77 milhões e um volume de 10.774 toneladas no semestre. Em 2023, as exportações catarinenses foram de 20.749 toneladas, uma redução de 31,39% em relação a 2022, gerando US$8,13 milhões, representando 43,94% do total nacional. Em 2024, o principal destino da fruta de Santa Catarina foi a Argentina, com 66,3% (US$2,4 milhões) do valor das exportações brasileiras. O volume comercializado com os argentinos foi de 7,4 mil toneladas, uma redução de 29% em relação a 2023. O outro destino foi o Uruguai, com 33,5% (US$1,2 milhões) do valor exportado. Em 2024, o volume comercializado com os uruguaios foi de 3,28 mil toneladas, uma redução de 67,5% em relação a 2023.
AGROLINK - Seane Lennon
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