Amanda Perobelli/REUTERS
Companhia espera voar o protótipo até o final deste ano ou início de 2025, disse o presidente-executivo
A fabricante de aeronaves elétricas Eve apresentou pela primeira vez o protótipo em escala real de seu "táxi voador", alcançando um marco, já que a empresa pretende que o modelo obtenha certificação e entre em serviço em 2026.
A Eve, controlada da Embraer, lançou o protótipo da aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical, de sigla eVTOL, em evento com investidores e clientes na instalação industrial da fabricante brasileira de aviões em Gavião Peixoto (SP), em 3 de julho.
A empresa faz parte de um grupo de startups em todo o mundo que desenvolvem aeronaves movidas a baterias que podem decolar e pousar verticalmente e são voltadas para viagens curtas de passageiros em cidades.
A Eve espera voar o protótipo até o final deste ano ou início de 2025, disse o presidente-executivo da companhia, Johann Bordais no evento, após a empresa iniciar os testes de solo em julho.
O primeiro modelo é equipado com motores elétricos, mas não possui cabine nem piloto. A aeronave final terá capacidade para quatro passageiros e um piloto.
"Esse protótipo é totalmente remoto para testar a aerodinâmica... Fazer o voo vertical e depois o voo que a gente chama de transição, de vertical transicionar para o voo horizontal", disse Bordais.
O executivo disse que ter o protótipo em escala real pronto para testes é mais um passo para a certificação da aeronave, que a Eve espera alcançar até 2026. A Eve solicitou a certificação em 2022 à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
A Eve terá cinco protótipos prontos no próximo ano e um eVTOL pré-série até 2026 como parte do processo de certificação, disse Bordais.
"Desafios existem, não é trivial. Nós estamos no limite da tecnologia do que se faz no mundo aeronáutico...Esse momento agora de fazer os testes é primordial para nós."
NOVO INVESTIMENTO
A Eve estreou na Bolsa de Valores de Nova York em 2022, arrecadando quase US$ 400 milhões para o desenvolvimento de seu eVTOL, um projeto inicialmente previsto para custar US$ 540 milhões. Posteriormente, a empresa garantiu um empréstimo de US$ 92 milhões do BNDES.
Os investidores incluem companhias aéreas, fornecedores de componentes e sistemas e instituições financeiras. Entre os investidores da Eve estão United Airlines, BAE Systems, Tales, Rolls Royce, Acciona e Bradesco BBI.
Este mês, a empresa anunciou uma nova rodada de captação de recursos totalizando US$ 94 milhões, com investimentos da Embraer e da japonesa Nidec., um de seus principais fornecedores.
"O novo investimento dá o conforto de poder continuar a desenvolver esse produto até 2027", disse Bordais. O executivo afirmou que os recursos disponíveis para a companhia atendem às necessidades de caixa da Eve durante o processo de certificação. "A gente tinha caixa para 2025 e agora vai empurrar para 2027."
A Eve acumulou quase 3 mil encomendas potenciais antes da produção da primeira aeronave final. Os clientes interessados incluem a companhia aérea norte-americana United, a empresa charter Global Crossing e a locadora de aeronaves Azorra.
"A gente não precisa converter agora (as cartas de intenção em pedidos firmes)", disse Bordais se referindo à situação da empresa após a nova rodada de investimentos.
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