terça-feira, 11 de junho de 2024

Tereza Cristina defende devolução da MP que impede empresas de usar créditos tributários

 

                                             Foto: Roque de Sá

Haddad foi convidado para vir ao Senado explicar MP 1227

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira, 11/06, a realização de audiência pública para debater os impactos da medida provisória (MP) que aumenta a cobrança de imposto a empresas ao restringir a compensação de créditos das contribuições tributárias ao PIS/Pasep e à Cofins.


“Apoio a convite ao ministro Haddad para nos explicar essa MP esdrúxula, que ninguém entendeu, e que defendo que seja devolvida ou rejeitada, pois dá um calote no setor produtivo”, afirmou a líder do PP, senadora Tereza Cristina (MS), que integra a CAE. O governo federal editou a norma na terça-feira (4) com o objetivo de aumentar a arrecadação em estimados R$ 29,2 bilhões em 2024.


O debate atende ao requerimento (REQ) 65/2024 do senador Rogerio Marinho (PL-RN). Segundo ele, a MP 1.227/2024 altera regras vigentes desde 2002 que permite abater o recolhimento de outros impostos federais com o uso de créditos de PIS/Pasep e Cofins. Para ele, a medida será maléfica para a economia e para o setor produtivo.


Líder do governo no Senado, o senador Jaques Wagner (PT-BA) se comprometeu a articular a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na audiência. Em entrevista coletiva na última sexta-feira (6), Haddad afirmou que o texto não “vai impactar a indústria”. Pelo governo, a norma é apelidada de “MP do Equilíbrio Fiscal”.


Inflação

O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), apontou que a norma poderá gerar aumento de preços nos produtos e serviços e prejudicar os consumidores de forma geral. ” A medida pega em cheio o início da cadeia produtiva, o que faz com que todo o restante [da cadeia] pague esse ônus e o leve diretamente ao preço final”, destacou Vanderlan. “Algumas distribuidoras de combustíveis já tem noticiado aumento de 7% na bomba”, informou.


A senadora Tereza Cristina acrescentou que representantes de vários setores produtivos estão indignados e perplexos com a medida provisória. Segundo ela, há urgência na matéria. “Temos uma data: dia 20 [de junho] as empresas precisarão pagar o PIS/Cofins e não poderão mais compensar os créditos tributários”, frisou.


Novas regras

A MP determina que, a partir de 4 de junho de 2024, os créditos do regime de não cumulatividade da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins somente poderão ser usados para compensar esses tributos. Antes, o contribuinte com créditos em contabilidade podia utilizá-los para pagar outros tributos, como o Imposto de Renda da empresa.


O texto também determina que as pessoas jurídicas com benefício fiscal deverão prestar informações à Receita Federal, por meio de declaração eletrônica, sobre os benefícios recebidos (como incentivos e renúncias), e o valor correspondente.


A Receita definirá em regulamento os tipos de benefícios e os prazos e condições das declarações. Além disso, o aproveitamento dos benefícios fiscais passa a ser condicionado a uma série de fatores, que são detalhados na MP.


Com informações da Agência Senado , Agência Câmara e Agência Brasil

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