quarta-feira, 5 de junho de 2024

Cezário completa 14 dias preso e tem novo pedido de liberdade negado pela Justiça

 

                                          Foto: Campo Grande News- Arquivo


A Justiça de Mato Grosso do Sul negou, pela segunda vez, pedido de liberdade ao presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira. 



Ele está preso desde o dia 21 de maio, alvo da operação Cartão Vermelho, desencadeada pelo Gaeco e Ministério Público Estadual em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. 


De acordo com a decisão publicada nesta terça-feira (4/6) no Diário Oficial da Justiça, foram mantidas ainda as prisões preventivas de Umberto Alves Pereira e Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira, outros alvos da ação. 



Conforme a 2ª Vara de Competência Residual, a medida ocorre “como forma de resguardar a ordem pública, a instrução processual e a aplicação da lei penal (art. 312 do CPP)”. 


Antes da nova negativa, Francisco Cezário já havia tentado o habeas corpus na quarta-feira passada. 


Operação


De acordo com as investigações do MPMS, o presidente afastado é apontado como um dos líderes de esquema que desviou aproximadamente R$ 6 milhões na FFMS. 



Denominada ‘Cartão Vermelho’, a operação visa desarticular organização criminosa voltada à prática de peculato e demais delitos dentro da entidade que comanda o futebol sul-mato-grossense.


Conforme o MPMS, o dinheiro chegava à FFMS através de convênios assinados com o Governo do Estado e através da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A partir daí, os valores eram desviados. 


“Durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou, na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em benefício próprio e de terceiros”, diz nota encaminhada pelo Ministério Público no dia da operação.


Ainda segundo as investigações, uma das formas de desvio acontecia através de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação, em valores não superiores a R$ 5 mil para "não alertarem os órgãos de controle". 


Depois, o dinheiro era "dividido entre os integrantes do esquema", afirma o MPMS.



Durante os meses de investigação, foi constatado que os integrantes do grupo realizaram mais de 1.200 saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões. 


Diárias


Além dos saques realizados com valores baixos, a organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.


“Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul”

Nenhum comentário:

Postar um comentário