quarta-feira, 22 de maio de 2024

Com vaga garantida em Paris, Brasil perde para Cuba na Liga das Nações

 

                                            (Foto: Maurício Val/FV Imagens/CBV)


A estreia tão aguardada da seleção masculina de vôlei sob o comando de Bernardinho na Liga das Nações teve um desfecho inusitado, nesta terça-feira. Já classificada para o Jogos Olímpicos de Paris, a equipe entrou em quadra muito festejada por um Maracanãzinho lotado, mas não conseguiu estabilizar a defesa, anotando apenas quatro pontos de bloqueio, e sendo superada pelos cubanos, por 3 sets a 1.


O jogo contra Cuba foi apenas o primeiro confronto brasileiro da janela do Rio de Janeiro da Liga. A equipe de Bernardinho ainda enfrenta Argentina, na próxima quinta-feira, além de Sérvia e Itália, nos dias seguintes, e terá a oportunidade de tentar alinhar o que não deu certo, antes de viajar para as próximas etapas, no Japão e nas Filipinas. No entanto, a dificuldade para defender as bolas adversárias, somada aos 21 erros de saque da equipe certamente ligaram um alerta nos jogadores.


Para Bruninho, a busca do time caribenho pela vaga olímpica contou muito em quadra, mas o levantador ressaltou que isso não justificou de maneira alguma os erros cometidos pela equipe brasileira.


- É um início de um trabalho, a gente sabia que seria difícil. Talvez a gente precise entrar ainda mais com a faca nos dentes, para enfrentar essas equipes que estão com a corda no pescoço, pois precisam de pontos para se classificarem para as Olimpíadas. Hoje, eles foram mais voluntariosos do que a gente, e isso não pode acontecer - analisou o campeão olímpico.


Com mais três times pela frente que buscam a última chance para Paris pela pontuação no ranking mundial, o Brasil tem uma missão difícil: encontrar o entrosamento em quadra entre atletas vindos de equipes diversas para conseguir minimizar os erros em quadra e mudar o jogo. Nesse caminho, os jogadores concordam que é urgente melhorar o sistema de defesa da equipe.


- Acho que eles defenderam mais do que a gente. Mas temos que ter um pouco de paciência também, a gente tem muito a crescer, a evoluir, é um trabalho que precisa ser azeitado, não só de entrosamento, mas de sistema. Hoje talvez tenha sido importante para entendermos que precisamos defender mais, precisamos contra-atacar melhor, são coisas que precisamos melhorar para os próximos jogos e os próximos três meses - comentou Bruninho.


Dos quatro pontos de bloqueio da equipe, metade foram de Flávio. O central reforçou a dificuldade sofrida pela seleção por conta do curto tempo de treino antes de competições como a Liga das Nações, mas acredita que é algo que pode melhorar com o passar dos próximos jogos.


- Fui um dos últimos a chegar, porque o campeonato italiano acabou um pouco mais tarde esse ano. Tive duas semanas de treino com a equipe. Duas semanas de treino não é muita coisa. Então, a gente tem que buscar esse entrosamento no dia a dia dos treinamentos, e obviamente usar as partidas também para isso - explicou.


O central que também joga no Perugia, atual campeão italiano, chamou a atenção para a dificuldades de combinar o bloqueio na equipe.


- A gente entra em quadra com o mesmo sistema, mas na hora tem alguns ajustes, técnicas individuais de bloqueio. E aí, vemos as bolas passando no meio dos braços, batendo e entrando no nosso campo. Isso é uma das coisas que a gente precisa melhorar e, com certeza, iremos melhorar com o passar dos dias e dos treinamentos - disse Flávio.


Lucão comentou que a equipe já vinha sofrendo com a dificuldade no bloqueio durante os treinos em Saquarema.


- Quando a gente conseguia quebrar o passe deles na bola alta, não tinha uma finalização boa. Acho que a gente pecou no bloqueio, principalmente, mas é isso aí, vamos ajustar o time e tudo vai dar certo. É botar na cabeça o que a gente fez de errado, tentar melhorar essa compactação do nosso bloqueio, pois a gente tinha dado uma melhorada, mas ainda está muito ruim. É jogar, não tem jeito - disse.


Os dois maiores pontuadores da partida contra Cuba, Leal e Lucarelli, com 19 e 11 pontos respectivamente, também falaram sobre a dificuldade nos saques.


- Poderíamos ter trabalhado muito melhor o saque e os bloqueios. A gente teve uma sequência de saques e acabou não trabalhando direito as bolas altas, porque levamos muitos bloqueios na mão de fora. É uma coisa que a gente treinou por duas semanas inteiras e acabou não fazendo tão bem. E custou caro, alguns sets com dois, três pontos de diferença. Poderia ter sido muito mais equilibrado - contou Lucarelli.


- Temos que estudar um pouco o que erramos hoje para jogarmos melhor contra a Argentina. Acho que, hoje, a gente errou bastante no bloqueio, nos saques também. Vários jogadores cometeram muitos erros no saque, e isso facilita a vida de qualquer adversário - disse Leal.

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