segunda-feira, 27 de maio de 2024

CEO da Bayer reclama de ameaça

 

                                           Foto: Leonardo Gottems


O CEO da Bayer, Bill Anderson, declarou que a onda de processos judiciais relacionados ao herbicida Roundup representa uma ameaça "existencial" para a empresa e para os agricultores. Anderson ressaltou que esse litígio ameaça a capacidade da Bayer de continuar inovando no setor agrícola e garantir a segurança alimentar. Em um discurso no Clube de Executivos de Chicago, ele enfatizou a importância do glifosato, o componente principal do Roundup, para a empresa e para o futuro da agricultura.



“O tópico do litígio do glifosato é um assunto existencial para nossa empresa, porque ameaça remover nossa capacidade de continuar a inovar para os agricultores e para a segurança alimentar”, afirma.


A Bayer está considerando utilizar uma tática legal conhecida como “falência em duas etapas do Texas” para lidar com as dezenas de milhares de ações judiciais nos EUA que alegam que o herbicida Roundup causa câncer, conforme informações divulgadas em março por fontes ligadas às discussões. A empresa defende a segurança do glifosato e de suas formulações, que continuam amplamente utilizadas globalmente.


Os comentários do CEO da Bayer indicam uma tentativa de expandir a defesa da empresa além do âmbito judicial, onde já perdeu vários processos nos EUA relacionados ao herbicida Roundup. A empresa nega firmemente que o produto cause câncer e argumenta que, sem ele, a alimentação de uma população crescente estaria comprometida. Diferentemente de seu antecessor, Werner Baumann, que não costumava enfatizar a ameaça existencial à empresa, Anderson destaca essa preocupação devido aos crescentes problemas legais.


A Bayer reservou US$ 16 bilhões para resolver os processos relacionados ao Roundup, dos quais cerca de US$ 10 bilhões já foram gastos, conforme informou um porta-voz da empresa. A estratégia "Texas Two-Step" permite que as empresas dividam seus ativos e passivos em unidades separadas e coloquem a parte dos passivos em recuperação judicial para facilitar um acordo judicial geral. Se bem-sucedida, essa medida permitiria que outras áreas de negócios da Bayer, uma importante empresa farmacêutica e de saúde do consumidor, continuassem operando normalmente.



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