quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Nectarinas: oferta de fruta por mais tempo ao consumidor

 

                                                 Divulgação

Novas cultivares possuem períodos de maturação que se complementam, garantindo produção do fim de outubro ao de dezembro

A Embrapa Clima Temperado (RS) anunciou o lançamento conjunto de três novas cultivares de nectarineiras - BRS Cathy, BRS Dani e BRS Janita, desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético de Frutas de Caroço. Estas variedades foram projetadas para proporcionar aos produtores uma oferta contínua de frutas nos pomares, cobrindo o período do final de outubro ao final de dezembro.



Na região de Pelotas (RS), onde foram realizadas as principais avaliações a campo, as variedades foram planejadas de forma que a maturação e a colheita fossem precoce, iniciando no final de outubro ou no início de novembro para a BRS Cathy, seguida pela BRS Dani a partir da segunda quinzena de novembro, e finalizando com a BRS Janita a partir da segunda semana de dezembro. O foco principal é o mercado in natura.


Em janeiro, durante o 4º Encontro Estadual de Frutas de Caroço em Pinto Bandeira (RS), maior município produtor de pêssego de mesa do Rio Grande do Sul, as novas variedades foram lançadas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município registrou uma produção de aproximadamente 18,5 mil toneladas em 2022.


A expectativa é que nos próximos dois a três anos, a pesquisa disponibilize mais três variedades de nectarineiras. Em 2018, a BRS SCS Nina, uma variedade de polpa branca, foi lançada em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Com os próximos lançamentos, a Embrapa planeja oferecer sete variedades ao setor produtivo até 2026.


As variedades apresentam diferentes características. A BRS Cathy e a BRS Dani produzem frutas de polpa branca, com película de cor creme e cobertura majoritariamente vermelha. Por outro lado, a BRS Janita produz frutas de polpa amarela, com película amarelo-esverdeada e cobertura predominantemente vermelha. As duas primeiras variedades têm frutos com peso médio entre 80 g e 100 g, enquanto a BRS Janita eleva essa média para entre 90 g e 110 g.


Em relação à produtividade, a BRS Cathy parte de 15 toneladas por hectare (t/ha), podendo superar 20 t/ha, dependendo da região de cultivo e do manejo do pomar. As variedades BRS Dani e BRS Janita têm produtividade média em torno de 20 t/ha, podendo superar essa marca em determinados contextos produtivos.


As avaliações foram conduzidas por mais de quinze anos em áreas experimentais da Embrapa em Pelotas (RS), por seis a oito anos em Bento Gonçalves (RS) pela Embrapa Uva e Vinho (RS), e em produtores parceiros dos estados do Sul e Sudeste do Brasil. A recomendação de cultivo é para as Regiões Sul e Sudeste do país, visto que as três variedades apresentam baixa necessidade de frio, sendo a BRS Cathy a mais adaptada a regiões mais quentes, com 200-250 horas de frio.


O potencial de crescimento do cultivo de nectarinas no Brasil está relacionado ao volume de importações, indicando aumento da demanda pela fruta. Nos últimos seis anos, o Brasil importou em média 5,2 mil toneladas e US$ 6,5 milhões em nectarinas anualmente, conforme informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

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