quinta-feira, 14 de setembro de 2023

História e carreira da Dama do Rasqueado ganha vida com o musical "Delinha"

 

                                           Divulgação/Arquivo


Recontando a história de Delarina Pereira Gonçalves, a cantora Delinha, o grupo teatral Arrebol Cultural, formado por alunos da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), lançaram, de forma simbólica, nesta segunda-feira (11), o espetáculo “Delinha- o musical”, que irá retratar a jornada da eterna Dama do Rasqueado. 


O espetáculo, que envolve 50 artistas, entre atores e dançarinos, foi idealizado pelo diretor da peça, Fernandes Ferreira, inspirado por outros musicais biográficos, como os dos cantores Ney Matogrosso e Alcione. 


De acordo com Fernandes, a vontade de recontar a vida e carreira de algum artista regional já era latente, mas teve certeza de que a escolhida seria Delinha quando leu a biografia “Por onde andei”, que também serviu de referência para o texto do espetáculo. 


Em entrevista coletiva na tarde de hoje, Fernandes ressaltou a importância de registrar a história da cantora por meio da arte, especialmente com músicas, ofício que a eterna Dama do Rasqueado exerceu por tantos anos. 



Dando vida à estrela do musical, a atriz Flávia Laís Alarcon, esclareceu que o espetáculo não se trata de um cover ou algo do gênero, mas que a intenção é representar o que Delinha era e é ainda hoje. Para ela, o maior desafio desse personagem é retratar a história com fidelidade. 


A atriz viverá a cantora a partir dos 19 anos até o momento de sua morte, que aconteceu em 16 de junho de 2022, quando contava com 85 anos de idade. Para ela o grande desafio é recontar a história da cantora sempre preservando a sua história


“É um grande desafio interpretar uma pessoa que realmente existiu e que é tão importante culturalmente para o estado. Não sou cover dela, mas minha missão é contar a história da Delinha e como foram os momentos da vida e da carreira dela com Délio e também sozinha”, afirmou. 


Como é impossível resgatar a história da sul-mato-grossense sem citar sua dupla de tantos shows, Délio, que também foi marido da cantora por 25 anos, também será representado no espetáculo. 


Quem dará vida a ele, será Samir Henrique. O ator ressalta que, embora a história seja focada em Delinha, as pessoas sempre associam a cantora com a dupla que formou com Délio, com quem continuou cantando mesmo depois do divórcio. 


“Muita gente vê Délio e Delinha como uma coisa só, então, essa é uma responsabilidade conjunta, embora a história seja dela. Por isso, trazemos os elementos da infância, fomos buscar referências e conversar com pessoas que viveram com ela e a conheciam”, fala o ator. 


Como o espetáculo começa a contar a história desde quando Delinha tinha quatro anos e segue a trajetória até seus últimos dias em Campo Grande, as atrizes e irmãs Lívia e Talita Rodrigues foram as escolhidas para representar a cantora quando criança.


Elas darão vida à cantora quando pequena, em Vista Alegre, em Maracaju, e depois um pouco mais velha, mas ainda criança, já na Capital, respectivamente. 


Para o filho de Délio e Delinha, João Pompeu, é uma emoção ver a história de seus pais, especialmente da sua mãe, ser recriada em um musical, que envolve tantos profissionais e tantas pesquisas, sendo que ele é uma das principais fontes de consulta sobre esses acontecimentos.


“Pra mim é uma grande emoção porque Délio e Delinha não ficaram ricos financeiramente tocando, mas deixaram um grande legado e isso não tem dinheiro que pague. Eu tenho que expressar minha gratidão por ver todos interpretando as músicas e histórias que contei para o Fernandes lá na velha casinha”, afirma.


O MUSICAL 

O diretor do espetáculo adiantou que a intenção do musical é trazer a verdade sobre a vida e obra da cantora, mas sempre com uma licença poética e respeitando o legado e história deste ícone de MS. 


Ainda de acordo com ele, o espetáculo começa acompanhando a Delinha de quatro anos, quando vivia em Vista Alegre, no momento em que a família da cantora vem para Campo Grande e compram a velha casinha, no bairro Amambaí, onde a cantora viveu até sua morte, no ano passado, e que ainda existe. 


Contamos a trajetória dela até os 85 anos, quando ela morre, com uma história dividida em dois atos: o primeiro traz músicas que se ouvia no rádio como Tonico e Tinoco, Inezita Barroso, Chitãozinho e Xororó. 


Já no segundo ato serão apresentadas, nas vozes de Samir e Flávia, que irão representar Délio e Delinha, respectivamente, as composições da dupla.  Além de música, o espetáculo ainda traz muita dança, com um corpo de bailarinos formado por alunos da área de Arte da UEMS. 


As danças irão trazer o mesmo clima das músicas da dupla, com apresentações de rasqueado, chamamé e catira. 


Como parte da divulgação, após a coletiva de imprensa, os atores e dançarinos apresentaram um pouco do que será levado ao palco do Teatro Glauce Rocha, nos dias 16,17 e 19 de setembro. 


E para não estragar a surpresa, o diretor já adianta: “O melhor fica para o final”



ANA CLARA SANTOS

Com o Portal Correio do Estado

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