quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Grupo faz oferta quase bilionária por SAF do Náutico, clube pernambucano

 

                                          Estádio dos Aflitos, em Recife (Foto: Tiago Caldas/CNC)


O Náutico tem encaminhada uma proposta para venda de sua SAF. Uma oferta quase bilionária, com plano de investimentos e custos garantidos que podem, a depender dos êxitos atingidos nos próximos 10 anos, chegar a R$ 980 milhões pela compra de 90% das ações da empresa.


A empresa envolvida no projeto da SAF do Náutico será composta de empresários com expertise no futebol e também no campo imobiliário.


Por enquanto, essa ainda é uma oferta não vinculante. Ou seja, não há caráter definitivo nas condições do negócio e nos números envolvidos, que podem sofrer alterações. Juridicamente, também não há obrigações assumidas por nenhum dos lados — clube ou investidores.


Porém, há uma expectativa de que em breve haja uma tratativa formal dos investidores para celebrar o acordo. O Náutico negocia os termos para receber uma proposta vinculante, compromisso que já estabeleceria obrigações, sob pena de multa caso não seja cumprido.


A princípio, os dirigentes do Náutico gostaram da proposta, mas ela ainda possui condições a serem discutidas.


Os R$ 980 milhões são compostos por uma série de fatores. Existe a expectativa de receber aportes dos investidores (dinheiro que eles precisarão injetar nas finanças da SAF para a parte estrutural e no pagamento de dívidas, por exemplo) e também uma série de mínimos garantidos, em termos de orçamento para o futebol pelos próximos 10 anos.


Essa garantia mínima irá variar de acordo com a divisão que o clube estiver jogando, podendo aumentar caso atinja algumas metas contratuais ou tenha aumento de receita extraordinária, como a entrada da Liga (Liga Forte ou Libra), por exemplo.


A estimativa do orçamento a ser cumprido com o clube para a disputa da Série C do próximo ano, por exemplo, é o dobro do que foi registrado na atual temporada. Esse valor seria reajustado ano a ano, conforme a divisão disputada. Ele aumentará com os acessos à Série B e, depois, para a Série A.


O restante do montante dos R$ 980 milhões estaria atrelado a possíveis investimentos no Centro de Treinamento Wilson Campos, Estádio dos Aflitos e no pagamento de dívidas.


No entanto, os investimentos da SAF só serão utilizados após a homologação do plano de pagamento aos credores da Recuperação Judicial, com os investidores arcando com esses pagamentos, bem como de outros débitos referentes ao passivo do clube.


Com a proposta vinculante em mãos, o próximo passo será a apreciação do Conselho Deliberativo e, em caso de aprovação, a proposta da SAF seguirá para votação na Assembleia Geral dos Sócios. Rito do qual o clube não abre mão.


Os pilares da operação e valores


O negócio começou a ser desenhado em junho, quando em um “road show" promovido pelos parceiros do Náutico, Pluri Consultoria, Bridge Sports Capital e Cahu Beltrão Advogados, o negócio foi apresentado.


A ideia é sustentada em três pilares que a diretoria entendia como necessários para viabilizar a SAF: capacidade financeira para garantir ao Náutico competitividade em todas as séries, expertise imobiliária e experiência com o futebol.


A expertise imobiliária é vista como importante porque o Náutico tem em pauta a reforma estrutural dos Aflitos e investimentos no centro de treinamento, orçados inicialmente em R$ 350 milhões.


Os dois imóveis seguirão sendo de propriedade da associação civil (o Náutico não venderá patrimônio), mas serão "alugados" pela SAF durante o período de dez anos em uma operação semelhante a que acontece com o Palmeiras e a WTorre na divisão de cotas do Allianz Parque, em que o clube tem um percentual referente às receitas do estádio. (Com ge)

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