Foto: Rodrigo Coca
Por Iúri Medeiros
É exagero falar que a temporada do Corinthians acabou depois da eliminação para o São Paulo, na Copa do Brasil. Mesmo assim, a derrota deixa lições para um time que até então vivia seu melhor momento na temporada, com 11 jogos de invencibilidade.
O Corinthians não pode entrar em campo como entrou no Morumbi. Como Luxemburgo destacou em coletiva de imprensa, a intensidade das equipes foi "totalmente diferente". O São Paulo jogou uma semifinal de Copa do Brasil, enquanto o Timão parecia disputar uma partida de de meio de tabela do Brasileiro.
A festa e o ambiente do Morumbi naturalmente trouxeram um poder de mobilização maior para os donos da casa, mas isso não pode servir como justificativa para uma atuação inicial tão apática e desorganizada dos visitantes.
O São Paulo tirou vantagem desse cenário e fez dois gols no primeiro tempo, podendo fazer até mais. A sensação foi que o placar de 2 a 0 no intervalo ficou barato para a equipe de Luxa.
Na volta para o segundo tempo, o Corinthians melhorou, especialmente com as entradas de Rojas e Wesley. O time passou a ser mais agressivo pelos lados e entrou algumas vezes na área tricolor. O problema foi ter que correr atrás do resultado depois de um primeiro tempo desastroso tanto em organização como em atitude.
Apesar da evolução na segunda etapa, o Timão não foi eficiente para converter suas chances. Empurrada por mais de 62 mil são-paulinos, a equipe tricolor administrou a vantagem e carimbou sua vaga para a decisão da Copa do Brasil.
Defesa tem que ser prioridade
O Corinthians, apesar do bom momento recente, vem tomando gols evitáveis. No Morumbi, o segundo tento especialmente, escancara como o sistema defensivo vem "batendo cabeça" e prejudicando a equipe em jogos importantes.
Jogadores como Gil e Fábio Santos não conseguem mais jogar bem regularmente como em outros tempos. A titularidade da dupla, neste momento, é questionável. Maycon, que vinha se recuperando na temporada, falhou em proteger a região central e deu espaços preciosos para os atacantes do Tricolor, como Lucas Moura.
Cássio, apesar de ser a principal liderança do grupo, não repete o grande 2022 que teve, e Fagner não consegue deslanchar na temporada, apesar de ser o líder de assistências do Timão, com oito.
Murillo é jovem e vem fazendo ótimo 2023, mas ainda peca pontualmente em lances que exigem maior concentração.
Porém, mais do que uma questão individual, o Corinthians precisa se ajustar coletivamente para ser mais sólido ao fechar espaços na defesa contra adversários que gostam de ter a bola. Isso passa pelo trabalho da comissão técnica.
A chegada de Lucas Veríssimo pode aumentar o nível individual do sistema defensivo, mas o time precisa se comportar melhor como conjunto para não ceder tantas chances de gol aos rivais.
Gazeta Esportiva
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