quinta-feira, 15 de junho de 2023

Luiz Schiavon, do RPM, morre aos 64 anos

Estadão                                Foto> divulgação


Luiz Schiavon, fundador e tecladista do RPM, morreu aos 64 anos. A informação foi confirmada pela assessoria do RPM ao Estadão. O músico tratava de uma doença autoimune havia quatro anos e, segundo sua família, teve complicações na última cirurgia a que foi submetido. O velório e o enterro do músico serão restritos à família.


Schiavon foi responsável por criar a sonoridade do RPM, com arranjos de pop eletrônico que tiveram enorme impacto no Brasil nos anos 80, em hits como Olhar 43, Loura Gelada, Rotações Por Minuto e Rádio Pirata. Depois, também se destacou na produção de trilhas de novelas e como e diretor musical na TV Globo.

“É com pesar que a família comunica o falecimento de Luiz Schiavon. Ele vinha lutando bravamente contra uma doença autoimune há 4 anos mas, infelizmente, ele teve complicações na última cirurgia de tratamento e não resistiu. Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo. Portanto, a família decidiu que a cerimônia de despedida será reservada para familiares e amigos próximos e pede, encarecidamente, que os fãs e a imprensa compreendam e respeitem essa decisão”, diz o comunicado.

“Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações. Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele”, segue o comunicado, compartilhado também pelo RMP em seu Instagram.

Luiz Antônio Schiavon Pereira Iniciou os estudos de piano erudito aos sete ano e se formou no Conservatório Mário de Andrade, em São Paulo em 1977. Ele conheceu Paulo Ricardo no ano seguinte, aos 16 anos, e juntos eles fundariam a banda Aura, influenciada pelo rock inglês e que durou pouco por desentendimentos dos membros, e, depois, o RPM.

Antes disso, porém, ele tocou clássicos do rock na noite, estudou a técnica dos sintetizadores e da eletroacústica, formou um trio instrumental chamado Solaris e mergulhou na new wave inglesa. Nessa, época, com Paulo Ricardo morando em Londres, os dois trocaram correspondências ao longo de seis meses sobre sonhos e ideais de bandas. Na volta de Paulo Ricardo, começaram a compor o repertório do primeiro álbum da banda. Paralelamente. Schiavon trabalhou como tecladista e arranjador de artistas iniciantes.

Fernando Deluqui chegou ao grupo. O baterista Júnior saiu porque tinha apenas 16 anos e não podia tocar na noite e Paulo Pagni também se juntou à banda. O convite para os dois partiu de Schiavon. O primeiro disco do RMP, Revoluções Por Minuto, foi lançado em 1985.

A banda fez um enorme sucesso no Brasil nos anos 1980, mas, em 1987, os integrantes anunciaram a primeira separação do RMP.

Pós-RPM
Schiavon montou uma nova banda depois do fim do RPM: a Projeto S, de pop-rock, que lançou, com certo sucesso, um único álbum.

Em 1991, assinou com a gravadora Stilleto, lançou o single Alice no País do Espelho, com Patrícia Coelho e Tzaga Silos nos vocais. No ano seguinte se dedicou a um projeto de shows ao ar livre, que durou dois anos e percorreu o Brasil. No fim, ele anunciou que estava deixando os palcos. A partir daí, volta a focar no estúdio que havia montado anos antes, em 1988. Muitas das músicas gravadas lá viraram hits.

Trabalha também com publicidade, criando jingles, e, mais importante, começa, em 1996, sua história com trilhas de novelas.

Trilhas de novelas da Globo
Como arranjador e compositor, Schiavon fez quatro músicas para O Rei do Gado, entre as quais estavam O Rei do Gado, com a Orquestra da Terra, Doce Mistério, com Leandro e Leonardo, e Pirilume, com João Paulo e Daniel.

Fez ainda a trilha de Terra Nostra (1999) e de Esperança (2002). que incluiu a música Onde está o meu amor, do RPM, se estava voltando a se reunir.

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