quinta-feira, 25 de maio de 2023

Santos denuncia ataques racistas contra Ângelo e Joaquim e cobra posição da Conmebol

 

                                             Foto: AFP

Gazeta Esportiva


O atacante Ângelo, do Santos, afirmou nesta quarta-feira que foi vítima de insultos racistas na derrota de 2 a 1 para o Audax Italiano. A partida, válida pela quarta rodada da fase de grupos da Sul-Americana, ocorreu no Estádio El Teniente, em Rancagua, no Chile.


O Menino da Vila diz ter sido chamado de "macaco" no momento em que foi substituído, aos 32 minutos do segundo tempo. O garoto deixou o gramado pelo lado oposto do banco de reservas. Após o apito final, ele relatou o ocorrido para o delegado da partida.


O Santos também declarou que Joaquim foi chamado de "macaco" quando foi expulso, nos acréscimos do primeiro tempo.


O clube emitiu uma nota repudiando os casos de racismo. O Peixe já registou os ocorridos e agora aguarda "o posicionamento da entidade diante desta situação inaceitável".


Após o jogo, Ângelo falou sobre o ocorrido. Ele declarou que foi apenas um torcedor que o insultou e também cobrou atitudes da Conmebol.


“É incrível como as pessoas não amadurecem e não aprendem. Basta de racismo. É algo que machuca muito a gente. Que a punição seja feita. Foi um torcedor só. Quando eu saí eles me xingaram, mas coisa normal de jogo. Quando eu cheguei perto da bandeirinha, um torcedor veio me chamar de ‘macaco’ e fez gestos de macaco. Xinguei ele de volta na hora e pedi para o bandeirinha fazer alguma coisa. Mas, como sempre, as pessoas se omitem e não fazem nada. É complicado. Eu espero que a Conmebol tome uma ação e faça algo, tenha uma atitude”, disse ao De Olho no Peixe.


“Tem que ser feita atitude, basta de ser só cúmplices e só falar. Tem que haver algo que as pessoas olhem e falem ‘não podemos ter mais racismo’. Não é só futebol. Aconteceu recente do Vinícius Junior. É incrível como o ser humano não aprende. Está aqui minha indignação. Tem que ter atitude”, completou.


Em entrevista coletiva, o técnico Odair Hellmann lamentou e pediu punições severas.


"Não tenho cargo no clube em que decido e que tenho o poder de decidir essas coisas. Mas dentro do processo de jogo, sabe o que temos que fazer? Acabar a partida, sair todo mundo de campo. Que a Conmebol, que a Fifa, que a CBF busque e puna. Tem câmeras para todo lado. Se não tiver punição, se passar a mão na cabeça, vai continuar", disse.


"É um sofrimento histórico, irreparável. A sociedade como um todo não aceita mais agora, me parece. Se depender de mim, como treinador, se eu visualizar isso, a gente sai de campo. Que se puna e não tenha mais torcida", completou.


O volante Camacho também falou sobre o assunto e relembrou o caso do Vinícius Júnior, que foi chamado de macaco em uma partida do Real Madrid contra o Valência no último domingo, pelo Campeonato Espanhol.


"A gente está em uma semana com o Vinícius Júnior já. Muito triste. Espero que tenha punição, aconteça alguma coisa. Não dá para isso continuar acontecendo", declarou.


CONFIRA A NOTA DO SANTOS NA ÍNTEGRA


O Santos Futebol Clube, novamente, vem a público denunciar e repudiar com veemência mais um caso de racismo no futebol. Dessa vez, os alvos das injúrias raciais foram nossos jogadores Ângelo e Joaquim. Os dois atletas foram atacados verbalmente e com gestos imitando macacos por torcedores adversários presentes na partida de hoje.


O crime foi denunciado pelo Santos FC, ainda dentro do estádio, para os representantes da Conmebol. Com os dois casos registrados oficialmente, o clube aguarda o posicionamento da entidade diante desta situação inaceitável.


Como já foi dito, o racismo não deve ser apenas combatido, mas também punido severamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário