terça-feira, 23 de maio de 2023

PP e MDB disputarão posto de "segundo maior" em aliança comandada pelo PSDB

 


Depois de garantir a filiação da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, o Progressistas (PP) chegará a 22 prefeitos no Estado e deve protagonizar, nas próximas eleições, uma grande disputa com o MDB pelo posto de segundo partido mais importante na aliança capitaneada pelo PSDB. 


Apesar de o MDB ter uma quantidade bem inferior de prefeitos que o PP, a expectativa na direção dos emedebistas é de que o partido tenha um maior número de prefeitos nas próximas eleições municipais. A meta até setembro, conforme informou o presidente do partido, o deputado estadual Junior Mochi, é de que a legenda faça pelo menos 15 prefeitos nas próximas eleições. 


As próximas eleições, por sinal, também servirão para que os partidos estabeleçam os seus tamanhos exatos e até podem ir dentro da aliança, que deverá alcançar os três partidos. O PSDB, no momento, tem 40 prefeitos; o PP terá 22 com a filiação de Adriane; e o MDB tem 9. Juntos, os três partidos somam 71 prefeitos e governam a esmagadora maioria da população de MS, que tem, ao todo, 79 municípios. 


O Correio do Estado apurou que a acomodação dos interesses de cada um desses três partidos não será nada fácil para planejar as próximas eleições municipais e que a chance é que eles acabem se enfrentando em algumas cidades. Em Campo Grande, por exemplo, um enfrentamento entre Adriane Lopes (PP) e o deputado federal Beto Pereira (PSDB) é totalmente plausível.


E até mesmo dentro do MDB uma última tentativa de André Puccinelli se candidatar a um cargo do Executivo não é completamente descartada. 



Em Dourados, cidade governada por Alan Guedes (PP), também não estão descartadas as possibilidades de enfrentamento entre um dos três partidos da aliança. Apesar de esta chance ser mais remota do que na Capital, ainda há a necessidade de uma composição entre as alianças. 


Nos bastidores, por ser o segundo maior partido da aliança, o PP é o que mais tem desconfianças dos dois lados. Recentemente, sua cúpula dentro do governo de Eduardo Riedel foi toda remanejada, e o presidente estadual do partido, Marco Aurélio Santullo, deixou o governo. Oficialmente, os motivos são administrativos, mas o fato é que o presidente do partido, que tem a senadora Tereza Cristina como sua maior liderança, deixou o governo em meio às trocas. 


Na semana passada, outro sinal de alerta foi aceso na cúpula do PP: o temor de o MDB crescer à sua sombra, ao firmar aliança para a reeleição de Eduardo Riedel (PSDB) antes mesmo de o atual governador completar seis meses no cargo. Na executiva do MDB, interlocutores já afirmam que não pouparão conversas e articulação para ter os prefeitos que perderam para o PP nos últimos quatro anos de volta. 


O acordo entre tucanos e emedebistas fez até mesmo a cúpula do PSDB recuar após sinais enviados pelas lideranças do PP, que pediram para confirmar se o partido ainda seria o braço direito tucano da aliança. É bom frisar que, além da senadora Tereza Cristina, o vice-governador Barbosinha também é do PP (apesar de na década passada, quando André Puccinelli era governador, já ter sido filiado ao MDB e ter dirigido a Sanesul). 


A disputa entre PP e MDB também é claramente visível na Prefeitura de Campo Grande. Depois do anúncio de que Adriane Lopes se filiaria ao PP, a prefeita da Capital convidou o vereador João Rocha (PP, mas ex-tucano) para assumir a Secretaria de Governo, que era ocupada pelo ex-vereador Mário César, filiado ao MDB e muito ligado a André Puccinelli.


A distância, conforme apurou o Correio do Estado, o PSDB, patrono da aliança, administra a disputa por espaço entre os dois partidos. 


71 prefeitos 

Juntos, PSDB, PP e MDB têm a esmagadora maioria dos prefeitos de Mato Grosso do Sul. Os tucanos têm o maior número de prefeituras sob seu comando: 40 ao todo, mas os filiados ao PP se destacam por comandar as duas maiores cidades do Estado: Campo Grande (a prefeita Adriane Lopes se filiará em breve) e Dourados.


Já o MDB, que já foi o maior partido de Mato Grosso do Sul, tem nove prefeitos e pretende crescer ao renovar a sua aliança com o PSDB visando 2024. 


Eduardo Miranda

Com o Portal Correio do Estado

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