O governo da Argentina está lançando uma nova taxa de câmbio preferencial "dólar da soja" para exportações agrícolas nesta segunda-feira, disse um porta-voz do Ministério da Economia, para impulsionar os embarques agrícolas e aumentar as reservas estrangeiras esgotadas no banco central (BCRA). O governo do presidente Alberto Fernandez espera que o plano - a ser anunciado pelo ministro da Economia, Sergio Massa - leve as empresas agroexportadoras a arrecadar cerca de US$ 15 bilhões entre o segundo e terceiro trimestres de 2023, inclusive para as economias regionais.
"O anúncio (das medidas) está na agenda de Massa para amanhã (segunda-feira)", disse o porta-voz à Reuters no domingo. O setor agrícola da Argentina perdeu cerca de US$ 20 bilhões no ano passado depois que uma forte seca atingiu as safras de soja, milho e trigo, segundo analistas, desacelerando a economia em meio à inflação galopante que acelerou mais de 100% ano a ano.
A cotação do dólar da soja foi utilizada duas vezes no ano passado para estimular as vendas. “A delicada situação das reservas líquidas (externas) (do BCRA) exige que o governo tome medidas para fortalecê-las no curto prazo”, disse a consultoria Delphos Investment. Analistas ouvidos pela Reuters esperam que a nova taxa de câmbio especial para o chamado "dólar da soja" fique entre 270 e 300 pesos argentinos por dólar. O peso fechou a 209,01 unidades por dólar na sexta-feira.
A nova taxa pode ser aplicada imediatamente como um incentivo à exportação de soja e mantida pelos próximos 90 dias para impulsionar o comércio exterior nas economias regionais, disse uma fonte do Ministério da Agricultura. O país sul-americano, em prolongada crise financeira, é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja e o terceiro maior exportador de milho, principais fontes de sua receita em moeda estrangeira.
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