domingo, 25 de setembro de 2022

Sérvia põe em risco candidatura à União Europeia ao assinar acordo com a Rússia

 

                                          Foto: Niyi Fote/TheNews2/Folhapress

Aproximação entre o chanceler sérvio e o ministro das Relações Exteriores russo foi condenada por políticos do bloco europeu.

FOLHAPRESS


Um tratado de cooperação entre a Sérvia e a Rússia firmado na semana passada em Nova York pode prejudicar o pleito do país dos Balcãs à União Europeia, iniciado há mais de uma década.


O acordo prevê consultas mútuas entre as nações em questões de política externa e foi assinado por seus representantes diplomáticos na última sexta (23), em um encontro paralelo na sede da ONU, em meio à Assembleia-Geral.


Mas a aproximação entre o chanceler sérvio, Nikola Selakovic, e Serguei Lavrov, poderoso ministro das Relações Exteriores russo evitado pela maior parte das delegações ocidentais durante o evento, foi condenada por políticos do bloco europeu.


Viola von Cramon, membro do Parlamento Europeu pela Alemanha, defendeu a paralisação da candidatura da nação dos Balcãs em uma rede social. "É um escândalo. No auge da guerra, a Sérvia assina um plano de colaboração com o agressor." Outro deputado, da Eslováquia, disse que o tratado representava um golpe ao processo de adesão.


Selakovic se defendeu das críticas em uma entrevista coletiva realizada neste domingo. Segundo informações do Washington Post, ele minimizou a importância da aliança, afirmando que ela é técnica e não tem a ver com a segurança nacional. E argumentou que o governo tem assinado tratados do tipo com a Rússia desde os anos 1990.


"O governo poderia ter rejeitado o documento, mas não há nada de contencioso nele. Ele está sendo criticado por pessoas que não leram seu conteúdo", disse o diplomata.


Embora Belgrado defenda a integridade territorial de Kiev, seu governo tem se recusado a impor sanções a Moscou tal qual o resto do Ocidente fez, em condenação à invasão da Ucrânia. Assim, desafia um dos pré-requisitos para ser aceito na União Europeia, que é alinhar a sua política externa à do bloco.

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