quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Uruguai vai exigir registro de aplicações de defensivo



Quem fizer sua pulverização deve registrar as operações antes ou até 3 dias corridos depois
Por:  -Leonardo Gottems


 O Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai modificou a regulamentação relativa ao registro de aplicações de agroquímicos. A informação, que até agora era exigida apenas de empresas de pulverizações, passa a ser demandada também dos produtores agrícolas.



A resolução estabelece que as pessoas físicas ou jurídicas que prestam serviços a terceiros e realizam aplicações de pesticidas para uso agrícola em culturas extensivas (cereais, oleaginosas e forrageiras), culturas florestais e hortícolas, devem registrar os pedidos antes da pulverização ou até sete dias corridos após a realização da aplicação.


As pessoas físicas ou jurídicas que realizam suas próprias aplicações aéreas de produtos fitossanitários devem registrar as operações antes ou até 3 dias corridos após a realização, prevê a regulamentação.

 

De acordo com o diretor de Serviços Agrícolas uruguaio, Leonardo Olivera, o objetivo é gerar um “diferencial” de rastreabilidade e demonstrar aos compradores que, “no Uruguai, fazemos bem as coisas, somos diferentes”.


Ele destacou a importância de ter dados sobre essa atividade para mostrar a confiabilidade do produto uruguaio aos mercados para onde os grãos são exportados, tais como a canola para a Europa ou a cevada para a China, entre outros casos. 


Como exemplo, o hierarca falou do controle no uso do herbicida paraquat no cultivo de colza. “Para este governo, o mais fácil teria sido banir o paraquat, como fez o Brasil, e deixar a Europa e outros” mercados felizes, mas assim “perder uma ferramenta que, se mostrar que você a usa bem, não causa problemas”.


Entre alguns sindicatos a obrigatoriedade do cadastramento “foi vista como algo que não era positivo”. No entanto, conta Olivera, o governo uruguaio “conversou” com os aplicadores explicando o objetivo da norma é “fazer uma liberdade responsável”.


Segundo o diretor, a iniciativa é um “plano piloto” com prazo de “um ano”, para ver como funciona esta operação voluntária de registo das aplicações de agroquímicos. Olivera ressaltou que o sistema de registros online tem, interface muito amigável e permite que seja operado sem complicações.


De acordo com ele, a segurança alimentar e a gestão sustentável dos sistemas de produção são exigidas pelos mercados que adquirem estes produtos, mas também pela sociedade, que cada vez mais está atenta às questões ambientais. 


Assim, com o registo das aplicações de agroquímicos, “existe a possibilidade de elaborar uma certificação” que poderá ter o selo MGAP “que nos daria um diferencial muito importante”, conclui Olivera.

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