sexta-feira, 4 de março de 2022

MS aguarda pós-Carnaval para decidir sobre uso de máscaras

 

Para especialistas, a redução dos índices de novos casos, internações e mortes em decorrência da Covid impulsiona a flexibilização das medidas restritivas

MARIANA MOREIRA, THAIS LIBNI


O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, afirmou ao Correio do Estado que a desobrigação do uso de máscara em Mato Grosso do Sul pode ocorrer nas próximas semanas, caso os índices da Covid-19 se mantenham em declínio depois das festas de Carnaval.  


“Vamos esperar o resultado dos festejos de Carnaval e monitorar as próximas duas semanas. Se continuarmos nessa curva de declínio, levaremos a discussão do uso de máscara para o comitê do Programa de Saúde e Segurança na Economia [Prosseguir] para avaliação”, informou Resende.


Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que a taxa de letalidade da Covid-19 está em 2,1% em Mato Grosso do Sul e a média móvel de óbitos dos últimos sete dias está em 12,9.


Conforme o doutor em Doenças Infecciosas Everton Lemos, a elevada cobertura vacinal impulsiona a flexibilização das medidas restritivas adotadas.  


“Podemos dizer que a estabilização e a diminuição de casos impulsionam para o fim da pandemia. Isso pode ser percebido pela diminuição da letalidade, que é um indicador importante da magnitude da doença. Com a redução da letalidade, é possível, sim, reduzir as medidas mais restritivas”, esclareceu o especialista.


Lemos relatou ainda que acredita que o pior estágio da pandemia já foi superado no Estado. 


“Hoje, a maior parte das pessoas já entrou em contato com o vírus ou está imunizada. Isso contribui para a redução do impacto de gravidade da doença e sua diversidade de variantes circulantes no Estado”, finalizou.


Para o infectologista, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Julio Croda, cada local terá um tempo diferente para instituir a flexibilização das medidas restritivas impostas para frear o contágio pelo coronavírus.


Croda acredita que é possível que, ainda no primeiro semestre, a situação se torne “mais favorável”, o que implicaria em “declarar que não estamos mais em emergência de saúde pública, por exemplo”.


Um exemplo de flexibilização ocorreu nesta quinta-feira, com o retorno das aulas 100% presenciais das redes municipal e estadual de ensino.


Muitos protocolos de biossegurança deixaram de ser necessários, como o distanciamento social e a aferição da temperatura. 


No entanto, o uso de máscara continua vigente. A principal orientação é que os pais levem os filhos para serem vacinados.

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