segunda-feira, 29 de março de 2021

Setor de rações produziu 81,5 milhões de toneladas

 

Para 2021 o cenário ainda é incerto mas espera-se alta na casa dos 2%
Por:  -Eliza Maliszewski


Mesmo com a pandemia o ano de 2020 foi positivo para o setor de alimentação animal no país. A produção total alcançou 81,5 milhões de toneladas de rações e sal mineral. O crescimento foi de 5% em relação a 2019. Os dados são do  Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).



No ano o segmento de aves foi o que teve maior produção, respondendo por 41,4 milhões de toneladas. Em segundo vem os suínos com 18,8 milhões de toneladas, bovinos com 11,9 milhões de toneladas, cães e gatos com 3 milhões de toneladas, aquacultura 1,3 milhão de toneladas, equinos com 618 toneladas e 3 milhões de toneladas de sal mineral. 


Apesar do aumento no custo dos principais insumos (milho e farelo de soja, afora os aditivos importados e precificados em dólar), a demanda crescente por frango assegurou avanço de 4% na produção de rações para frangos de corte. O destaque fica com as poedeiras onde o crescente e contínuo alojamento culminou na demanda de 7,2 milhões de toneladas de rações, avanço da ordem de 5%. 


Em suínos a demanda chinesa e o auxílio emergencial dinamizaram a cadeia produtiva que demandou 18,8 milhões de toneladas de rações. Nos bovinos o plantel leiteiro demandou 6,4 milhões de toneladas durante o ano passado, um avanço da ordem de 3,1%. Para os de corte a produção de rações e concentrados alcançou 5,48 milhões de toneladas e incremento de 6%. 


O sucesso apurado por conta do sistema de produção integrado e a motivação das demais categorias de produtores que povoaram bastante impulsionou a produção de rações para peixes que somou 1,29 milhão de toneladas em 2020. Os efeitos da pandemia (prós e contra) também influenciaram sobremaneira a carcinicultura, cuja produção demandou 92 mil toneladas de rações. 


Projeções para 2021


O Sindirações é cauteloso em relação a 2021. O cenário macroeconômico estagnado, a desvalorização do Real e a alta do Dólar no ambiente doméstico, a demora nas reformas administrativa e tributária, o alto preço do milho e da soja e a disputa pelos grãos (ração animal e alimentação humana X etanol x biodiesel x exportações), o desemprego e redução da renda das famílias são eventos sucessivos, devem reduzir o desempenho registrado no ano passado. O sindicato não descarta a possibilidade de uma guinada na produção, assim como ocorreu em 2020, mas com projeção de crescimento mais conservadora, na ordem de 2,3% para 2021.


A maior expectativa de crescimento está em peixes (6,3%), bovinos de corte (+4,5%), camarões (+4,5%), suínos (+3,0%) e poedeiras (+2,0%).


A firme demanda atual por alimentos (principalmente da China) e as hipotéticas adversidades climáticas (no Brasil, Argentina e Estados Unidos) podem manter os preços elevados. Milho e soja, respectivamente, já subiram em dólares no ano corrente, 25% e 14% e, em doze meses, 43% e 54% (fevereiro/21 em comparação a fevereiro/20). 


“O intuito é focar com racionalidade nas hipotéticas ações de curto prazo (redução do PIS/COFINS e autorização da CTNBio para importação temporária de milho OGM exclusivamente aos animais, além da manutenção da isenção da TEC para compras fora do Mercosul) e destravar, de vez, aquelas de médio/longo prazo (infraestrutura logística/capacidade de armazenamento, modal de transporte) com objetivo de assegurar a disponibilidade, manter a competitividade exportadora, e sobretudo, atribuir preço justo à esses insumos estratégicos”, aponta a entidade.

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