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sexta-feira, 18 de setembro de 2020
Nobel para Greta Thunberg é possível em tempos de mudança climática e coronavírus, dizem especialistas
Reuters Foto:Divulgação
O Prêmio Nobel da Paz deste ano poderia ir para a ativista ambiental Greta Thunberg e o movimento Fridays for Future para ressaltar o elo entre os danos ambientais e sua ameaça à paz e à segurança, disseram alguns especialistas.
O vencedor do prêmio de 1 milhão de dólares, possivelmente a maior honraria do mundo, será escolhido entre 318 candidatos e anunciado em Oslo no dia 9 de outubro. O prêmio pode ser dividido entre até três pessoas.
A sueca de 17 anos foi indicada por três parlamentares noruegueses e dois parlamentares suecos. Se vencer, ela receberá o prêmio com a mesma idade da paquistanesa Malala Yousafzai, a laureada mais jovem do Nobel até hoje.
Asle Sveen, historiador e autor de vários livros sobre o prêmio, disse que Greta seria uma candidata forte para a homenagem de 2020, sua segunda indicação em igual número de anos, já que os incêndios florestais da Costa Oeste dos Estados Unidos e o aumento das temperaturas no Ártico “não estão deixando dúvidas nas pessoas” a respeito do aquecimento global.
“Nenhuma pessoa fez mais para levar o mundo a se concentrar na mudança climática do que ela”, disse Sveen à Reuters.
O comitê já deu o prêmio a ambientalistas, o primeiro deles à queniana Wangari Maathai em 2004 por sua campanha para plantar 30 milhões de árvores em toda a África, e em 2007 a Al Gore e ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Em plena crise do coronavírus, o comitê também poderia decidir ressaltar a ameaça das pandemias à paz e à segurança, opinou Dan Smith, diretor do Instituto Internacional de Pesquisas da Paz de Estocolmo.
“Existe uma relação entre danos ambientais e nosso problema crescente com pandemias, e me pergunto se o Comitê do Prêmio Nobel pode querer ressaltar isso”, disse ele à Reuters.
Se o comitê quiser enfatizar esta tendência, disse, “obviamente existe a tentação de Greta Thunberg”.
O movimento Fridays for Future começou em 2018, quando Thunberg iniciou uma greve escolar na Suécia para pressionar ações de defesa climática, e desde então se tornou um protesto global.
Thunberg e seu pai, Svante, que às vezes se encarrega de solicitações da mídia para a ambientalista, não responderam a pedidos de comentário.
Entre os outros candidatos conhecidos estão “o povo de Hong Kong”, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Julian Assange, Chelsea Manning, Edward Snowden e a ativista saudita presa Loujain al-Hathloul.
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