sábado, 23 de maio de 2020

Proteger biodiversidade é investir em saúde, diz estudo

Por:  -Leonardo Gottems            Foto:Marcel Oliveira

“Os seres humanos fazem parte da diversidade biológica e as mesmas regras se aplicam a nós"

De acordo com Maria Gema Parra Anguita , da Universidade de Jaén, na Espanha, proteger a biodiversidade do planeta é investir em saúde. Ela explica que o coronavírus está colocando em risco sociedades que se acreditavam invencíveis, completamente conectadas tecnologicamente, mas também completamente desconectadas da natureza.


“Os seres humanos fazem parte da diversidade biológica e as mesmas regras se aplicam a nós. A perda de diversidade leva a sistemas, não apenas empobrecidos em termos de espécies, mas também funcionalmente. Isso pode levar a ecossistemas menos resilientes e resilientes a distúrbios”, completa.

Além disso, na situação atual, podemos procurar soluções em diversidade biológica. Em 27 de abril, alguns especialistas convidados pelo Painel Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) publicaram um artigo com três estratégias principais que consideravam essenciais para enfrentar futuras pandemias.

“Além de fortalecer e fazer cumprir as leis ambientais atuais e financiar e fornecer recursos adequados aos sistemas de saúde, eles também recomendam a adoção da abordagem de um somente saúde. Essa ideia reconhece as complexas interconexões entre a saúde de pessoas, animais, plantas e nosso ambiente compartilhado”, completa.

Essa abordagem, também defendida por outras instituições e organizações internacionais, é especialmente relevante no dia em que comemoramos hoje, o dia da biodiversidade, completa. “Isso nos permitirá propor intervenções, políticas e estratégias que considerem a saúde individual e comunitária em interconexão com tudo o que nos rodeia”, indica.

“Já conhecemos alguns dos efeitos e impactos que as atividades humanas causam na saúde (por exemplo, poluição do ar) e também nos ecossistemas. Mas hoje em dia também temos consciência de como o desaparecimento de habitats e a diversidade biológica nos tornam mais vulneráveis à zoonoses”, conclui.

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