terça-feira, 21 de maio de 2019

Macieira tem mecanismo que percebe o frio


Por:  -Leonardo Gottems             Foto;Arquivo

Pesquisadores do setor de uva e vinho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Rio Grande do Sul, conseguiram desvendar um mecanismo de percepção ao frio que existe na macieira. De acordo com o pesquisador da Embrapa Luís Fernando Revers, responsável pela equipe que fez a descoberta, o processo é complexo e a identificação dos genes controladores é um grande desafio.

“Esse processo é tão importante que instituições de pesquisa do mundo inteiro investem recursos em estudos para tentar entendê-lo. Podemos usar esse conhecimento para desenvolver novas cultivares com menor exigência de frio e continuar a produzir a fruta mesmo com o aquecimento percebido nos últimos anos”, comenta ele.

Depois de identificar o gene, a equipe criou um modelo hipotético explicando como ocorre o processo de indução e superação da dormência, etapa fundamental para garantir a produção dos frutos. “Nesse período, a pesquisa foi conduzida em duas etapas: genotipagem e fenotipagem. A etapa da genotipagem permitiu a montagem do mapa genético. Posteriormente, a integração dos dados de fenotipagem com o mapa genético levou à identificação dos locus associado ao período de brotação e o gene ICE1”, disse a Embrapa.

Segundo Vinícius Kvistchal, que coordena o programa de melhoramento genético da macieira da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), caso a hipótese se confirme, a descoberta do funcionamento do ICE1poderá acelerar o processo de desenvolvimento de uma nova cultivar em até dez anos. “A descoberta irá possibilitar ações de melhoramento mais precisas e rápidas por meio da seleção assistida por marcadores moleculares”, prevê.

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