quarta-feira, 10 de outubro de 2018

PSDB decide pela neutralidade no segundo turno e libera diretórios






O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, informou nesta terça-feira, dia 09 de outubro, que o partido não apoiará Jair Bolsonaro (PSL) nem Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial. Segundo ele, a legenda também não vai compor o governo de quem vencer.

O anúncio foi feito por Alckmin após reunião da Executiva Nacional do PSDB. Ex-governador de São Paulo, ele disputou a eleição presidencial pela segunda vez e ficou em quarto lugar – recebeu 5.096.349 votos (4,76%).

Segundo Alckmin, a cúpula do PSDB decidiu liberar os diretórios estaduais da legenda e os filiados para fazer a escolha que quiserem.

De acordo com Alckmin, o filiado ao PSDB que anunciar apoio a Haddad ou a Bolsonaro o fará em "caráter pessoal, não em nome do partido".

'Terceira via'

Durante a campanha presidencial, o tucano tentou se apresentar como alternativa a Bolsonaro e a Haddad, afirmando que os dois candidatos representavam o "radicalismo" de direita e de esquerda.

A mesma estratégia foi adotada por Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB).

"Nós não nos sentimos representados nem por um nem pelo outro. Falamos isso a campanha inteira. Só estamos repetindo de forma coerente aquilo que nós falamos na campanha. [...] É evidente que o partido não estará em governo nenhum", declarou.

Nesta terça-feira, Alckmin disse que, na opinião dele, o PSDB deve fazer oposição a Haddad e a Bolsonaro.

João Doria

Antes da reunião da Executiva do PSDB, João Doria, candidato tucano ao governo de São Paulo, defendeu que o partido tomasse uma posição diferente da neutralidade.

Doria já anunciou que apoiará Jair Bolsonaro no segundo turno. Nesta terça, ele repetiu o posicionamento.

"Eu tomei a minha posição com clareza. Voto e apoio Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições. Contra Lula, contra o PT e contra Fernando Haddad. De forma muito clara", afirmou.

Ex-prefeito de São Paulo, Doria chamou o candidato petista de "fantoche" e declarou que tem um "projeto liberal, que vem sendo defendido pelo candidato Bolsonaro".

Suposto desentendimento

Na noite desta terça-feira, o site do jornal "O Estado de S. Paulo" publicou um áudio em que, segundo o portal, Alckmin chamou Doria de "temerista" e disse: "Traidor eu não sou".

Questionado sobre o assunto, Doria respondeu: "Evidentemente, quando você sai de uma campanha com um resultado inesperado, evidente que isso também abala emocionalmente, isso gera sofrimento pessoal. Compreensível, aliás [...]. Eu relevo isso". Doria, então, disse Alckmin tem o "perdão dele".

Depois, também indagado sobre o assunto, Alckmin respondeu: "Divergências são naturais e elas não se fazem pela imprensa. Ela [a divergência] é feita dentro do partido. Eu não faço política pela imprensa".

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