quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Colesterol alto é um perigo silencioso



Viver Bem                          Foto:Divulgação



Algumas doenças silenciosas podem trazer grandes perigos para a saúde. Uma delas é o colesterol alto, que não apresenta sintomas. Ele pode ser desenvolvido em decorrência de fator hereditário, mas pode ser agravado pelos hábitos de vida. Neste 8 de agosto, anualmente, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol.

Em um momento em que a conscientização sobre vida saudável é cada vez maior, o cenário ainda não é o ideal. Apesar de 72% dos brasileiros considerarem que é prejudicial à saúde ter um alto índice de colesterol, 40% deles não sabem ou não lembram a diferença entre colesterol bom ou ruim. Foi isso que revelou uma pesquisa realizada pela Beneficência Portuguesa de São Paulo com 600 pessoas das cinco regiões do País.

O colesterol é uma substância à base de óleo e não se mistura com o sangue, que é à base de água. É transportado pelo corpo por lipoproteínas. Ele tem quatro funções primárias, sem as quais não poderíamos sobreviver: contribui para a estrutura das paredes celulares, cria ácidos biliares digestivos no intestino, permite que o corpo produza vitamina D e que o corpo produza certos hormônios.

O colesterol alto é um fator de risco significativo para doença coronariana e causa de ataques cardíacos. O acúmulo de colesterol faz parte do processo que estreita as artérias, chamado aterosclerose, no qual as placas se formam e causam restrição do fluxo sanguíneo. Ela se manifesta com a angina de peito e o infarto do miocárdio.

Segundo o angiologista Julio Peclat, diretor de publicações da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), problemas decorrentes do colesterol alto não escolhem faixa etária nem classe social. “Crianças, jovens e adultos estão sujeitos, sim. Temos, atualmente, uma epidemia de obesidade no Brasil, basta ver o alto nível das cirurgias bariátricas. E a alimentação é um dos grandes fatores causadores disso”, explica o médico.

Segundo ele, o colesterol alto acomete todas as artérias do corpo: as coronárias (ligadas ao coração); as carótidas (ao cérebro), provocando 1/3 dos derrames cerebrais; a artéria femural, provocando a obstrução das artérias dos membros inferiores. “Exceto o colesterol ligado à questão familiar (hereditário), pessoas que têm uma dieta rica em gorduras são as que têm maior incidência de colesterol”, alerta.

Quando se faz a dosagem do colesterol e suas frações, a avaliação do resultado é feita pelo médico de acordo com outros fatores de risco apresentados pelo paciente. Desta forma, a presença de sedentarismo, obesidade, diabetes, hipertensão arterial, hábito de fumar, história familiar de infarto devem ser consideradas quando se determina o nível ideal de colesterol para cada paciente.

NÍVEIS

Nos adultos, os níveis de colesterol total inferiores a 200 miligramas por decilitro (mg/dL) são considerados saudáveis.

Uma leitura entre 200 e 239 mg/dL é limítrofe.

Uma leitura de 240 mg/dL e acima é considerada alta.

Em Campo Grande, a dona de casa Maria Aparecida Sales, 56 anos, passou por uma experiência que deixou a família assustada e, consequentemente, foi um alerta para a mudança de hábitos. “Eu sempre adiava minha ida ao médico. Cuidava de todos, mas esquecia de mim. Um dia, amanheci com fortes dores no peito e meu filho me levou ao hospital. Enfartei ali mesmo, fui socorrida e sobrevivi”, explica.

Segundo Maria Aparecida, os hábitos alimentares estavam ligados ao consumo de muita carne vermelha, principalmente em forma de churrasco, ovos diariamente, além de doces industrializados. “Isso sem falar que eu não fazia nenhum exercício, o que agora sei que é péssimo”.

MUDANÇA DE HÁBITOS

O médico Julio Peclat explica que, para manter os níveis de colesterol dentro das faixas adequadas, é importante manter hábitos alimentares saudáveis e uma vida ativa. “Por exemplo, é sabido que o ganho de peso e o sedentarismo podem reduzir os níveis do colesterol bom, ao passo que o alto consumo de alimentos ricos em gordura saturada e gordura trans pode aumentar os níveis do colesterol ruim”. Para ele, é preciso dar o primeiro passo. “É necessário sair da inércia e procurar levar uma vida saudável”.

O QUE FAZER

– Praticar exercícios físicos;
– Não fumar;
– Evitar o estresse;
– Comer mais frutas e vegetais;
– Dar preferência a carnes brancas, grelhadas ou assadas;
– Comer uma variedade de alimentos ricos em fibras, como aveia, pães integrais e maçãs;
– Limitar a ingestão de gorduras saturadas, como gordura de derivados de leite;
– Limitar os alimentos ricos em colesterol, como gema de ovo e fígado;
– Utilizar derivados de leite pobres em gordura: leite desnatado, iogurte desnatado e sorvetes light;
– Evitar frituras;
– Fazer uma dieta com baixos níveis de gordura e colesterol.

TIPOS


- LDL, considerado o “colesterol ruim”, facilita a entrada de gordura nas células, fazendo com que o excesso seja acumulado nas artérias sob a forma de placas de gordura, causando o “entupimento”.

- HDL, considerado o “colesterol bom”, retira a gordura das células e facilita a sua eliminação do organismo.

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