domingo, 8 de julho de 2018

Não discuta política no Twitter: você pode estar falando com um robô

Levantamento realizado pelo Instituto Internetlab mostra que 37,4% dos seguidores dos pré-candidatos à presidência são robôs

Por Valéria Bretas

Levantamento realizado pelo Instituto Internetlab, centro de pesquisa especializado nas áreas de direito e tecnologia, mostra que 37,4% dos seguidores no Twitter dos pré-candidatos à Presidência são robôs – ou seja, perfis falsos programados para automatizar alguns processos.


O problema dos chamados “bots” é que eles podem ser usados para distorcer informações, engajar percepções sobre um determinado assunto e até inflar a reputação de alguém nas redes sociais.

Em um cenário eleitoral, por exemplo, eles podem replicar conteúdos negativos sobre um determinado candidato (ampliando uma discussão que era pequena para uma escala muito maior) e fazer um político parecer mais popular do que é.

No Brasil, essa não é uma prática inédita.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) identificou centenas de robôs que compartilharam publicações em favor das campanhas presidenciais de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede) em 2014. Durante a fase de debates, por exemplo, as interações no Twitter motivadas por bots automatizados chegaram a até 20%.

O estudo da InternetLab mostra que a prática já está em plena execução para as eleições deste ano. A  análise, realizada entre os dias 4 e 28 de junho apenas nas contas do Twitter, revela que mais de 60% dos seguidores do senador Álvaro Dias, pré-candidato do Podemos, são robôs.

O segundo político com o percentual mais alto é o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que soma 45,8% de bots na rede social. Já o pré-candidato Guilherme Boulos (Psol)  foi o que apresentou o menor percentual, com cerca de 14% de robôs entre os seus seguidores.

De acordo com a organização, a  análise foi feita com a ferramenta Botometer, da Universidade de Indiana (EUA). Segundo o estudo, a ferramenta trabalha com resultados confiáveis em aproximadamente 90% das análises.

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