quinta-feira, 8 de março de 2018

Investigador foi morto após interrogar membros do PCC presos no Paraguai

                                            Foto:ABC Collor





O policial civil Wescley Dias Vasconcelos, 37 anos, foi executado com tiros de fuzil na noite da última terça-feira (6), em Ponta Porã, após interrogar e recolher impressões digitais e informações de um grupo de seis integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) presos no Paraguai.

Segundo o jornal 'ABC Color', Vasconcelos passou aquela tarde na delegacia da Polícia Nacional paraguaia em Pedro Juan Caballero, acompanhado da oficial de Justiça que também foi baleada pelos atiradores e segue internada.

O Portal Correio do Estado apurou que Vasconcelos, lotado no Setor de Investigações Gerais da cidade, era um dos elos de ligação entre as autoridades paraguaias e brasileiras e chegou até a atuar disfarçado na fronteira para coletar informações da facção criminosa.

Costumeiramente, Vasconcelos passava a fronteira para coletar dados dos brasileiros presos pela polícia paraguaia. E também realizava o transporte de alguns dos detidos extraditados. Por isso era conhecido entre criminosos.

O objetivo na cidade paraguaia era averiguar se os brasileiros utilizavam documentos falsos e se haviam contra eles pedidos de prisão em aberto. Descobriu-se que todos são procurados pela Polícia Federal por crimes como tráfico de drogas e homicídio.

De acordo com a polícia paraguaia, Wescley e a colega, que estavam em um Fiat Siena preto da Polícia Civil, descaracterizado, foram seguidos por um Honda Civic ainda no país vizinho. Imagens de câmera onde aparecem o veículo já foram repassadas aos brasileiros.

PRISÕES

O grupo de brasileiros preso no Paraguai estava em uma fazenda, provavelmente usada para triagem das drogas que vinham da Bolívia. A operação aconteceu no último dia 28 de fevereiro e se estendeu até a última terça-feira (6).

Relatório da Polícia Federal que a reportagem teve acesso antecipava que supostos líderes do PCC poderiam ser presos. É o caso de Lucas Ferreira da Silva, 25, conhecido como Fogueira, um dos detidos entre os seis e que foi promovido na hierarquia da facção com a ascensão de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, á função de 'sintonia' da facção na fronteira de Mato Grosso do Sul.

Fogueira é apontado como o responsável pela fazenda estourada pelos paraguaios. Paranaense, em 2015 foi preso em Guaíra, cidade daquele estado que faz fronteira com o Paraguai e logo se tornou o 'disciplina' do PCC nos presídios locais, até ser beneficiado com o direito de aguardar o julgamento em liberdade e fugir para comandar o fluxo do tráfico.


Dois dos detidos do grupo são de Mato Grosso do Sul. Victor Fernandes de Souza, de Três Lagoas, já fora preso em novembro de 2009 enquanto participava de uma festa da facção que comemorava a liberdade de um 'irmão' (como os membros do PCC de chamam). O festejo foi interrompida por grande operação policial, que apreendeu drogas e até garotas de programa adolescentes na chácara.

Leonardo Caio dos Santos, 28, o Apolo, já é mais conhecido das autoridades locais. Da Capital, foi preso em junho de 2017 após ser acusado de participar da execução de Mauro Eder Araujo Pereira, 31, o Fininho, em um tribunal do crime da facção.

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