quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Juiz manda Estado retirar Maníaco da Cruz do IPCG para unidade psiquiátrica


                                                     Foto:Reprodução
Dyonathan Celestrino está detido desde 2013 no presídio, e já cumpriu a pena

Julia Kaifanny

O Poder Judiciário determinou que o Estado deve realizar a transferência imediata de Dyonathan Celestrino, 26, conhecido por “Maníaco da Cruz”, que está preso no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) para uma unidade psiquiátrica.

De acordo com a decisão do magistrado Caio Márcio de Brito, da 1ª Vara de Execução Penal, a situação do interno é irregular e ilegal pois ele já cumpriu toda a pena que deveria e não tem sobre si mais nenhuma acusação criminal, sendo assim, o local não é apropriado para receber pessoas acometidas por deficiência mental.

Na última movimentação do processo, no dia 13 de novembro, o juiz ressaltou que “não há como tapar o sol com a peneira, ou seja, se o Estado não dispõe de local apropriado para recuperação de doentes mentais, não pode introduzi-los no sistema penitenciário, especificamente na ala de saúde, porque lá não é local apropriado para recebê-los”, escreveu.

A Justiça entende que a gravidade da situação “ultrapassa o limite do razoável”, tendo em vista o fato do interno não se encontrar, nem mesmo, na ala de saúde e pediu a transferência imediata para outro local.

O documento foi encaminhado a 2ª Vara de Família de Campo Grande, que deve estabelecer o local para transferência, para a Agepen (Agência Estadual de Sistema Penitenciário) e para a Covep (Coordenadoria das Varas de Execução Penal)
Mesmo que o pedido tenha sido feito no mês passado, Dyonathan permanece no Instituto Penal. Conforme a assessoria da Agepen, o órgão já foi notificado e aguarda decisão do juízo competente para as devidas providências.

Dyonathan foi preso após matar três pessoas em rituais macabros no interior

A Agepen destaca que Celestrino não é custodiado, ele está internado em uma cela separada dos internos no IPCG e participa de atividades de reinserção, inclusive cursa graduação EAD (Educação a Distância) em Gestão Ambiental. Ele também é acompanhado por uma médica psiquiatra da SES (Secretaria de Estado de Saúde), bem como por uma equipe multidisciplinar do setor de saúde da unidade prisional.

Aos 16 anos Dyonathan foi preso após matar três pessoas em rituais macabros onde as vítimas eram esfaqueadas ou estranguladas e tinham os corpos deixados em posição de crucificação.

Ele confessou os assassinatos do pedreiro Catalino Gardena, em 2 de julho de 2008, Letícia Neves de Oliveira, 24, encontrada morta em um túmulo de cemitério no dia 24 de agosto, e de Gleice Kelly da Silva, 13, achada seminua em uma obra no dia 3 de outubro do mesmo ano.

Ele foi apreendido seis dias depois do último crime e ficou internado na Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã –a 346 km de Campo Grande–, na fronteira com o Paraguai, onde permaneceu preso mesmo depois de ter alcançado maioridade. Revoltado, o rapaz acabou fugindo da unidade em março de 2013, mas foi recapturado na cidade paraguaia de Horquete um mês depois, e desde então foi trazido para o IPCG, onde permanece mesmo já tendo cumprido a pena.

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