segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Atingida por inundações catastróficas, Houston sofrerá com mais chuvas da tempestade Harvey

ReutersPor Ruthy Munoz e Marianna Parraga


A cidade norte-americana de Houston enfrentava nesta segunda-feira inundações históricas que vão se agravar nos próximos dias com o avanço da tempestade tropical Harvey, que elevou os rios a níveis recordes e obrigou engenheiros federais a liberarem água de reservatórios na esperança de evitar uma tragédia maior.

O Harvey se tornou o furacão mais poderoso a atingir o Texas em mais de 50 anos quando chegou ao Estado no final de sexta-feira perto de Corpus Christi, cerca de 354 quilômetros ao sul de Houston, e matou ao menos duas pessoas.

Desde então, o sistema permaneceu nos arredores do litoral texano do Golfo do México, onde se prevê que continue durante vários dias, alagando áreas com o equivalente a um ano de chuvas em apenas uma semana.

As chuvas submergiram carros e transformaram estradas em rios, e a previsão é de mais enchentes quando a tempestade retomar o caminho de Houston. O centro do Harvey estava 148 quilômetros ao sudoeste de Houston na manhã desta segunda e previsto para se curvar lentamente rumo à cidade até quarta-feira.

O pior das inundações deve ocorrer no final da quarta e na quinta-feira, segundo meteorologistas.

Escolas, aeroportos e edifícios de escritórios de Houston, lar de cerca de 2,3 milhões de habitantes, receberam ordem para fechar nesta segunda-feira, uma vez que dezenas de ruas se transformaram em rios e bairros da parte mais baixa da cidade foram cobertos por água na altura do peito.

A área metropolitana, que abriga 6,8 milhões de pessoas, também é o polo petroquímico e de refino dos EUA, que foi prejudicado pela tempestade. Diversas refinarias interromperam as operações, provavelmente por semanas.

Chuvas torrenciais também atingiram áreas a mais de 240 quilômetros de distância, avolumando rios correnteza acima e provocando uma elevação das águas que seguia para a área de Houston, onde vários rios e córregos já transbordaram.

Até o final da semana, a precipitação total pode chegar a 127 centímetros em algumas áreas litorâneas do Texas, o que é a média de chuvas de um ano inteiro, disseram meteorologistas.

O Harvey deve produzir entre 38 e 63 centímetros de chuva até sexta-feira no norte do litoral do Texas e seguir para o sudoeste da Louisiana, alertou o Centro Nacional de Furacões.

Mais de 30 mil pessoas devem ser instaladas temporariamente em abrigos, disse Brock Long, chefe da Agência Federal de Gestão de Emergências dos Estados Unidos (Fema).

O Centro de Convenções George Brown, que está localizado no centro de Houston e até a noite passada abrigava mil pessoas, já conta com cerca de 2.500, e mais pessoas continuam a chegar.

A cidade de Dallas, 386 quilômetros ao norte de Houston, também está montando um “mega abrigo” em seu centro de convenções para acolher 5 mil pessoas, informou a cidade em um comunicado.

O Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA disse nesta segunda-feira que está liberando água de dois reservatórios próximos a Houston para evitar um impacto ainda maior caso os reservatórios acumulem um nível de água sem controle.

As autoridades também ordenaram que mais de 50 mil pessoas deixassem partes do condado de Fort Bend, cerca de 55 quilômetros a sudoeste de Houston, porque se prevê que o rio Brazos deve se elevar à altura recorde de 18 metros nesta semana, cerca de 5 metros acima de seu nível máximo já registrado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, planeja ir ao Texas na terça-feira para avaliar os danos da tempestade, anunciou uma porta-voz da Casa Branca no domingo. Nesta segunda-feira Trump aprovou uma declaração de emergência na Louisiana.

Todas as instalações portuárias de Houston estão fechadas nesta segunda-feira por causa da ameaça climática, informou uma porta-voz do porto.

Reportagem adicional de Brian Thevenot, em Rockport; Kevin Drawbaugh, Valerie Volcovici e Jeff Mason, em Washington; Chris Michaud e Dion Rabouin, em Nova York; Erwin Seba, Marianna Parraga, Nick Oxford e Ernest Scheyder, em Houston

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