quinta-feira, 22 de junho de 2017

ESTREIA–“Meus 15 Anos” cativa graças ao carisma de Larissa Manoela


Não é preciso muito tempo de “Meus 15 Anos” para que qualquer pessoa, deixando o cinismo de lado, comece a se interessar pelo filme. E a causa disso tem nome: Larissa Manoela. A atriz, de 16 anos, tem carisma de sobra para conduzir o filme, no papel da protagonista, Bia, que, meio a contragosto, ganha uma festa de debutante com tudo o que manda a tradição. É difícil imaginar outra menina capaz de segurar a personagem com graça e driblar os estereótipos que aparecem pelo caminho.

Bia tem 14 anos e é o patinho feio da escola. Nada que o cinema já não tenha mostrado à exaustão, mas Larissa e a diretora Caroline Fioratti conseguem algum frescor aqui, exatamente por saberem que estão lidando com um material que já foi mais do que explorado. A protagonista é criada pelo pai viúvo (Rafael Infante), que ganha a vida fazendo eventos fantasiado de coisas estranhas – numa das primeiras cenas, vai buscar a filha na escola vestido de taco mexicano.

A garota praticamente não tem amigos e está naquela fase que Britney Spears bem definiu: “Não é mais uma menina, mas também ainda não é uma mulher”. É um momento de transição, no qual tudo é novidade e tudo assusta, exatamente por isso. É quando começam a surgir pressões desconhecidas e escolhas precisam ser feitas. Seu único amigo é Bruno (Daniel Botelho, excelente também), com quem formou uma dupla musical, que compõe canções sem muitas ambições, apenas para se divertir.

Sem que Bia saiba, seu pai a inscreve num sorteio para ganhar uma festa de debutante, promovido por um shopping, e ela acaba ganhando. É quando o patinho feio deverá passar pela transformação – assinada pelos personagens de Polly Marinho e Victor Meyniel, que também funcionam como os alívios cômicos do filme.

A diretora, estreante no cinema, e que já fez a série infanto-juvenil “A Grande Viagem” (exibida pela TV Brasil, no começo do ano), demonstra talento e sensibilidade ao criar o universo de uma garota do presente. O filme dialoga com clássicos do gênero, como os filmes de John Hughes, mas aqui diminui um pouco o tom.

Ao invés da comédia, faz um drama com toques de humor, mais concentrado no duro processo de aprendizagem e amadurecimento – algo que nunca é fácil, por mais que pareça vir embalado em glamour e conduzido por um príncipe durante uma valsa.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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