terça-feira, 23 de maio de 2017

Deputados negam recebimento de propina e alegam que doações eram legalizadas

Dourados News                 Foto:Divulgação


Deputados estaduais se manifestaram, durante a sessão plenária desta terça-feira (23), e contestaram as afirmações do empresário Joesley Batista e do diretor de Relações Institucionais do Grupo JBS, Ricardo Saud, que detalharam, mediante delação, suposto esquema de distribuição de propinas a políticos de todo o Brasil. Lidio Lopes (PEN) foi o primeiro a subir à tribuna para prestar esclarecimentos.

"Em 2014 era permitido doação de pessoa jurídica. Eu tenho em mãos a prestação de contas para provar que recebi R$ 25 mil em doações da coligação. Eu não recebi propina alguma ou pagamento dissimulado de ninguém. Tudo está oficialmente e legalmente declarado. Eu não sabia que o partido tinha recebido da JBS, eu nem sei quem é esse cidadão da JBS, nunca me prestei a votar nada que beneficie a JBS. Que culpa nós temos?", questionou o deputado.

Eduardo Rocha (PMDB) concordou. "Não conheço e nunca recebi nenhum dos irmãos. Nunca recebi doação das indústrias deles em Três Lagoas. Eles que fugiram para os Estados Unidos. Vamos levar isso para a Justiça. Fica aqui nossa indignação", ressaltou.

O deputado Renato Câmara (PMDB) explicou que também recebeu doação via fundo partidário. "Existe esse fundo, em que você sai candidato e recebe um recurso que, vai para a chapa majoritária e depois é repassada para o candidato lá do interior, que usa para pagar material de campanha. Temos que ter cuidado de colocar nossas reputações, que estamos trabalhando por décadas. Eu não admito jogá-la assim na lama. Quem tiver culpa que esclareça e quem não esclarecer que seja condenado, mas não com especulações", disse. Também com recurso recebido via chapa majoritária, o deputado Marcio Fernandes (PMDB) disse que sua prestação de contas está aprovada. "Na época da eleição eu estive na chapa de partido aliado ao PMDB e recebi recurso da majoritária, um cheque de R$ 25 mil. Prestei contas, que foi aprovada pelo Tribunal Eleitoral, nunca soube que era recurso doado pela JBS", disse.

Para Mara Caseiro (PSDB), a situação está deturpada. "Querem deturpar as coisas. Colocar nosso nome para ser explorado injustamente e ilegalmente. Se em 2014 era permitido receber essas doações, não tem nada de errado nisso. Usamos esse dinheiro para material de campanha e pagar colaboradores, tudo legalmente", afirmou. Antonieta Amorim (PMDB) falou que os deputados discursaram de forma a "esclarecer os fatos e não em defender, pois não foi infringida a lei". "Nossas contas foram aprovadas e nenhum processo paira sobre nós quanto a isso. A sociedade que está sendo manipulada por uma imprensa e por um Judiciário que não nos dá a possibilidade de defesa".

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