quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Preço do frango abatido é, nominalmente, igual ao de quatro anos atrás



Agrolink                                   Foto:Divulgação

Naquele que, teoricamente, deveria ser o melhor mês de negócios do ano, o frango abatido resfriado comercializado no atacado paulista não conseguiu alcançar os picos de preço registrados nos meses anteriores.

Bem ao contrário, o melhor preço no mês – média de R$4,06/kg registrada no dia 6 – ficou visivelmente aquém do que foi alcançado entre agosto e novembro (picos de, respectivamente, R$4,45/kg, R$4,67/kg, R$4,61/kg e R$4,29/kg) e, praticamente, se igualou ao pico de julho (R$4,04/kg). Ou seja: em valores reais (isto é, considerada a inflação), dezembro registra o pior pico de preços do segundo semestre de 2016.

Mas a constatação do baixo rendimento não se esgota aí. Pois, como aponta o gráfico abaixo, além de vir numa desvalorização quase contínua desde meados de novembro, o frango abatido alcança no momento valor nominal praticamente igual ao registrado em um idêntico período anterior. E, neste caso, o período anterior em foco não é dezembro de 2015 ou de 2014, mas de 2012 – Isto é, de quatro anos atrás.

É verdade que, naquela ocasião, o setor enfrentava problemas no abastecimento e no custo do milho muito similares aos atuais. Tanto que, às vésperas do Natal de 2012, o milho era comercializado por valor 26% superior ao registrado um ano antes - cerca de R$35,00/saca, na época um recorde que só seria superado três anos depois, em novembro de 2015.

Mas naquele dezembro de 2012, o frango abatido conseguiu acompanhar e até superar a valorização do milho. Pois o valor médio registrado no mês – R$3,84/kg – foi mais de 30% superior ao de dezembro do ano anterior.

A valorização, porém, ocorreu também no curtíssimo prazo. Porque entre novembro e dezembro de 2012 o frango abatido obteve reajuste de 10%, o que fez com que encerrasse o exercício com a melhor média de preços do ano.

Não é o quadro observado neste exercício. Aliás, a tendência é a de fechar-se o mês com um valor entre 4% e 5% menor que o de novembro passado e, apenas, o quinto melhor preço do segundo semestre. Quer dizer: abaixo do que foi alcançado entre agosto e novembro e muito próximo do que foi registrado no início do segundo semestre.

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