quarta-feira, 11 de maio de 2016

Projetos culturais de MS terão patrocínio de prêmio nacional

Por EDUARDO FREGATTO, DE SÃO PAULO


O Mato Grosso do Sul foi um dos estados brasileiros contemplados pelo edital Rumos 2015-2016, programa para fomento à produção artística brasileira promovido pelo Itaú Cultural. O anúncio dos selecionados aconteceu ontem, na sede do instituto, em São Paulo. Ao total, foram 12 mil inscritos de toda as regiões do País e até do exterior. Destes, apenas 117 ganharam aprovação, após passar por análise de comissão multidisciplinar, formada por 22 profissionais.

Mato Grosso do Sul integra a lista de selecionados com dois projetos, um de Campo Grande, inscrito pela Ginga Cia de Dança, e outro de Dourados, de autoria da atriz e professora Junia Cristina Pereira.

Esta é a 17ª edição do Rumos, que tem uma proposta diferente quando comparado com outros editais da cultura. Além de oferecer recursos financeiros, a instituição disponibiliza produtores para acompanhar e auxiliar na realização dos projetos, que são das mais diversas áreas, desde audiovisual, dança, literatura, teatro, e até residências artísticas.

De acordo com Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, o edital tem foco no processo de criação e realização, mais até do que na obra ou produto final. Este ano, ao todo, serão investidos R$ 15,5 milhões nos 117 projetos, dois milhões a mais do que no último edital, de 2013-2014.

MS

Aninha de Fátima, jornalista e integrante da comissão de seleção do Rumos, afirma que os projetos inscritos por sul-mato-grossenses (84 neste ano, ao todo) apresentaram maior qualidade em comparação com as propostas de anos anteriores.

Ela destaca o projeto de Junia Cristina Pereira, de Dourados, que propõe uma nova forma de fazer teatro na cidade, realizando espetáculos no fundo de uma residência comum. Galiana Brasil, gestora do núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural, elogiou o projeto douradense. “É uma tática de guerrilha, não deixar a cultura engessar por falta de espaço”, afirma.

Por outro lado, o projeto da Ginga Cia de Dança, o Dancidades, é considerado importante para a formação artística do Estado. “É uma explosão de formação na dança”, define Aninha.

Em anos anteriores, Mato Grosso do Sul já apareceu na lista de aprovados do Rumos em, pelo menos, seis ocasiões. Contudo, em relação a outros estados, o Estado tem um número baixo de inscrições e aprovações. São Paulo, Paraná e Minas Gerais, por exemplo, tiveram 3.488, 622 e 817 inscritos, respectivamente, e conseguiram aprovar, juntos, 47 projetos.

 
Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, diz que medidas devem ser tomadas nos próximos editais para melhor divulgar o programa em regiões como Centro-Oeste, Nordeste e especialmente a região Norte, já que Roraima e Rondônia são os dois únicos estados de fora da lista de selecionados, ainda que alguns projetos do Sudeste tenham proposta de abordar a região Norte do País.

“Existe um véu que esconde a produção artística feita em certas regiões do País”, comenta a produtora cultural Karla Martins, do Acre, integrante da comissão de seleção. “Um dos papéis do programa é fazer a gente enxergar essa cultura”.

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