segunda-feira, 16 de maio de 2016

Filhos garantem prisão domiciliar a mulheres investigadas em esquema

Correio do Estado

Quatro investigadas presas na segunda fase da Operação Lama Asfáltica cumprirão a prisão preventiva em sua residência. Isso porque seus filhos requerem cuidados especiais ou possuem menos de 12 anos. Todas são investigadas por envolvimento em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, resultantes de fraudes nas licitações de obras públicas em Mato Grosso do Sul.

Fazem parte da lista a esposa do ex-deputado Edson Giroto, Raquel Giroto, a filha do servidor Wilson Mariano, Mariane Mariano de Oliveira, a secretária e sócia de João Amorim, Elza Cristina Araújo, e a filha do empresário, Ana Paula Amorim Dolzan.

Pedidos da defesa, acolhidos pela Justiça Federal no domingo (15), se utilizaram do artigo 117 da Lei de Execução Penal (LEP) e 138 do Código de Processo Penal (CPP). Estes regulamentam que a prisão preventiva seja substituída pela domiciliar ao se tratar de mulher gestante ou com filho menor de 12 anos.

Raquel Giroto também havia recorrido, novamente, a prerrogativa de ser advogada e ter direito a cumprir pena em sala do Estado Maior da Polícia Militar. Na ausência de local adequado, já havia ficado cinco dias em prisão domiciliar quando da prisão temporária decretada na semana passada.

Ana Paula Amorim Dolzan, por sua vez, teria sido recolhida na sede da Superintendência da Polícia Federal em Porto Alegre e deve cumprir pena em sua residência na capital gaúcha.

DEFESA

Os advogados Valeriano Fontoura e Hilário Carlos de Oliveira, defensores respectivamente da família Amorim e do servidor Wilson Mariano, analisam o teor das prisões para estabelecer linha de defesa em processo que corre em sigilo.

Hilário ressaltou apenas que Mariane Mariano tem sido acusada pelo aumento de seu patrimônio, que inclui terça parte de três fazendas no Estado. “Ela é médica e recebeu as fazendas por doação lícita do pai. Se não precisa do rendimento das propriedades, natural aumentar o patrimônio”.

PRESOS

Dos quinze envolvidos presos, na semana passada, oito permanecem detidos por decisão da juíza substituta da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Monique Marchioli Leite. A magistrada converteu suas prisões temporárias em preventivas, por tempo indeterminado.

São eles: o ex-deputado Edson Giroto, os empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos e Flávio Henrique Garcia Scrocchio, além do servidor da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos, Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano. O grupo ocupa celas da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar). As quatro mulheres, neste caso, cumprem prisão domiciliar.

OPERAÇÃO

 
Na segunda fase da Operação Lama Asfáltica os investigadores analisam crimes de lavagem de dinheiro, mediante aquisição de imóveis urbanos e rurais em nome de familiares e pessoas de confiança com recurso proveniente da fraude de licitações.

Estima-se que o prejuízo ultrapasse R$ 43 milhões, uma vez que são investigados contratos de R$ 2 bilhões pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União (CGU) e Receita Federal.

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