quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Unimed anuncia o fim da parceiria com Fluminense


Globo Esporte

Chegou ao fim a parceria entre Fluminense e Unimed. Nesta quarta-feira, a cooperativa de médicos anunciou em seu site que não seguirá como patrocinadora do clube carioca. Foram 15 anos juntos, com crescimento das duas partes desde 1999. A empresa evoluiu com o aumento de associados, e o clube conquistou títulos: foram três cariocas (2002, 2005 e 2012), uma Copa do Brasil (2007) e dois Brasileiros (2010 e 2012).

“A Unimed-Rio informa que encerrará seu contrato de patrocínio ao Fluminense Football Club ao fim de 2014, após 15 anos de parceria. A decisão é fruto de uma revisão da estratégia de marketing da empresa. 

A cooperativa continua vendo o apoio ao esporte como uma importante forma de estimular a prática de exercícios e cuidados com a saúde. Ao longo deste período, em que a relação se consolidou como um dos mais duradouros patrocínios do futebol brasileiro, acreditamos ter contribuído para elevar ainda mais o prestígio do clube nos cenários nacional e internacional. 

Com o apoio da Unimed-Rio, o Fluminense foi campeão da Série A do Campeonato Brasileiro em 2010 e 2012, da Copa do Brasil em 2007, da série C em 1999 e do Campeonato Carioca em 2002, 2005 e 2012. Também realizou participações de destaque em competições internacionais, como a Taça Libertadores da América, na qual foi finalista em 2008, chegou às oitavas de final em 2011 e às quartas em 2012 e 2013; e a Copa Sul-Americana, tendo sido finalista em 2009 e participado ainda das edições de 2003, 2005, 2006 e 2014. Além de títulos, a parceria também viabilizou passagens de grandes nomes do futebol pelas Laranjeiras. 

Ao longo destes 15 anos, a exposição obtida com o patrocínio ajudou a tornar a Unimed-Rio a operadora líder do mercado de saúde suplementar carioca. Agradecemos a todos os atletas, integrantes de comissões técnicas, dirigentes e funcionários do clube que estiveram conosco durante esta parceria, mas, principalmente, aos milhões de torcedores do Fluminense espalhados por todo o Brasil. Desejamos que o clube continue sua trajetória de glórias, com conquistas que levem alegria à torcida tricolor.

Atenciosamente,
Celso Barros
Presidente da Unimed-Rio"

A figura de Celso Barros, presidente da Unimed, se confunde com a imagem do clube. Ele  participa de conversas com jogadores, aparece em fotos de comemoração de títulos e, principalmente, bancava de 50% a 80% dos direitos de imagem dos atletas, o que possibilitou contratações caras, casos, por exemplo, de Fred e Conca - ela detém 80% dos direitos econômicos dos dois jogadores. Apesar do rompimento, os contratos pagos pela empresa que estão em vigor serão honrados.
 
A interferência de Celso no futebol gerou algumas discussões internas entre grupos políticos. E, no segundo mandato de Peter Siemsen no Fluminense, a relação ficou quase insustentável. Uma crise na empresa agravou a situação, e as primeiras negociações para a remodelagem da parceria para 2015 previam a redução do investimento, apenas com o comprometimento de pagamento dos contratos vigentes dos atletas. E agora a saúde financeira do Fluminense está em perigo para o ano que vem, apesar de o presidente do clube garantir que está tudo sob controle. Consequentemente, as contratações para a próxima temporada serão mais modestas.

Fim antecipado

O contrato vai até 2016, mas a cada ano é reavaliado e pode ser até rompido. Dependia apenas da decisão de uma das partes em encerrar o vínculo, opção feita pela cooperativa de médicos. O prazo final para a tomada de decisão era dia 15 de dezembro, mas Celso se antecipou. E o clube segue buscando um novo parceiro. 

Pelo acordo vigente até então, apenas a Unimed poderia estampar marca na camisa tricolor. Neste fim de ano surgiu, então, pela primeira vez, a possibilidade de abrir o espaço para novos patrocinadores seja como master ou na manga. O presidente da Unimed gostou da ideia, já que sofre pressão de opositores por conta da crise financeira que abala a empresa. O Flu, então, apresentou ao parceiro a opção da entrada de um patrocínio master a partir de 2015, que investiria cerca de R$ 18 milhões. Algo exclusivo da Unimed desde 1999. A divisão do valor gera impasse. Peter deseja a nova verba por completo para o clube, mas Celso retruca e quer uma fatia bem grossa: 50%.        

Por contrato, a Unimed tinha que investir entre R$ 15 e R$ 20 milhões em pagamentos de direito de imagem de jogadores, mas sempre ultrapassa o valor. Em 2014, por exemplo, chegou a R$ 25 milhões, que seria o teto no ano que vem em caso de renovação. Já estava decidido que Celso investiria na contratação de reforços. Sua responsabilidade seria apenas honrar os pagamentos que já faz. 

Os jogadores

A indecisão gerou um clima de incerteza durante a disputa do Campeonato Brasileiro. Jogadores em fim de contrato ficaram com futuro indefinido. A maioria não renovará. Carlinhos, por exemplo, já deixou o clube e acertou com o São Paulo. Diego Cavalieri, Gum, Diguinho, Valencia também terão o vínculo encerrado no fim do mês. 

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