terça-feira, 4 de novembro de 2014

Pequisa revela que cirurgia bariática ajuda controlar diabetes tipo 2

G1

Há oito meses, a vendedora Selma Coppola viu a balança chegar aos 103kg. Junto com a obesidade, vieram também muitas complicações. Em março ela passou por uma redução de estômago. Não se livrou só do peso, mas também do diabetes tipo 2: “Eu tomava muitos remédios. O meu índice de diabetes era de 240, 280. Hoje em dia eu não tenho nada. O exame é normal”, diz.

O caso de Selma é um exemplo do que concluiu uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet: pacientes que fizeram a cirurgia diminuíram em até 80% o risco do diabetes tipo 2, doença que dificulta o controle do açúcar no sangue e pode causar cegueira, amputação e danos ao sistema nervoso.

O estudo britânico acompanhou dois grupos de pessoas obesas. Entre as 2.176 que passaram pela cirurgia foram registrados 38 casos de diabetes tipo 2. Já no grupo que não foi operado, que tinha a mesma quantidade de pacientes, 177 apresentaram a doença.

No ano passado, quase sete mil cirurgias bariátricas foram feitas pelo SUS. No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, onde já foram realizadas 600 operações deste tipo nos últimos 15 anos, os médicos também constatam o que a pesquisa inglesa revelou: “Nós temos um índice geral de melhora de até 18% quando se faz tratamento clínico. Isso pula para em torno de 50% de todas as doenças (diabetes, pressão alta, colesterol aumentado), quando a gente faz a cirurgia”, diz Wilson Salgado Jr, coordenador de cirurgia bariátrica do HC.

O médico José Ernesto dos Santos explica como a redução do estômago ajuda no controle de outras doenças: “Muito antes de o paciente com obesidade mórbida atingir um peso desejável a glicemia dele já fica controlada por modificar a liberação de hormônios que controlam a deposição e o gasto de energia”, diz.

Apesar de o estudo mostrar uma redução na incidência de diabetes tipo 2, o Ministério da Saúde lembra que a redução de estômago não é recomendada para todos os pacientes.

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