domingo, 6 de janeiro de 2013

Isis Valverde diz ter experimentado um ‘tesão anormal’ em canto da Sereia’


O Globo
Depois de passar meses vestida com os trajes mínimos de Suelen, a periguete de “Avenida Brasil” que arrastou quase todos os homens do Divino para a cama, Isis Valverde experimentou uma forma ainda mais potente de sedução como a cantora de axé protagonista de “O canto da Sereia”. Para gravar a microssérie de quatro capítulos que estreia na Globo nesta terça, depois do “Big Brother Brasil”, a atriz precisou passar horas em cima de um trio elétrico cantando, dançando e arrastando a massa em cenas que recriaram o carnaval baiano, em Salvador.

— É um tesão anormal — explica a atriz, ao fim de um dia de trabalho. — Quando acaba a gravação e tomo um banho, viro a Isis de novo. A energia vai embora e fico podre. Estou acabada, mas feliz depois de todo esse êxtase.
Durante a conversa com a Revista da TV, na capital baiana, o arrebatamento parece superar o cansaço da atriz, que fala do novo trabalho com empolgação de estreante.

— Amo os meus personagens, mas essa é das arretadas. Sereia é complexa. Com alguns trabalhos você precisa doar mais a sua alma. Com ela, a pá precisa cravar mais fundo, sabe? — diz, enquanto simula os movimentos de uma pá imaginária com uma das mãos.

Ana do Véu, de “Sinhá Moça” (2006), seu papel de estreia em novelas, era um desses tipos mais intensos, explica a atriz. Maria Lúcia, a protagonista do ainda inédito “Faroeste caboclo”, que chegará aos cinemas este ano, é outro desses personagens fortes. Suelen não entra nesta lista da “pá cravada mais fundo”. Apesar de ter importância para a sua intérprete:

— A Suelen foi deliciosa. Um personagem que fiz e falei: “Gente, virei uma pessoa sexy”. Eu não vejo a Isis assim. Mas sou atriz, e cada nova personagem me traz um adjetivo.

Assim como Suelen, Sereia, uma cantora transformada em musa do axé em apenas dois anos, também tem um poder de sedução exacerbado. Para a atriz, a periguete tinha uma pegada mais agressiva.
— Suelen era mais “eu te pego, você é meu, eu tiro sua roupa, e você vem”. A sensualidade da Sereia é mais natural. Ela tem muito carisma, e isso é muito sedutor — filosofa.
Ídolo pop criado com a ajuda do produtor musical Paulinho de Jesus (Gabriel Braga Nunes), da empresária Mara Moreira (Camila Morgado) e do marqueteiro Tuta Tavares (Marcelo Médici), Sereia é assassinada numa terça-feira de carnaval. O crime movimenta o primeiro capítulo de uma trama em que todos os personagens têm seus motivos para matar a protagonista.

Inspirada no livro homônimo de Nelson Motta, a microssérie escrita por George Moura, Patrícia Andrade e Sergio Goldenberg irá ao ar esta semana, de terça a sexta-feira. Apesar de serem quatro capítulos, a produção exigiu uma dedicação de meses. Isis começou a se preparar com aulas de canto — a atriz solta a voz de verdade em cena, ideia do diretor-geral da microssérie, José Luiz Villamarim, que trabalhou com a atriz também em “Avenida Brasil”,—, de corpo e de prosódia ainda durante as gravações da novela das 21h. Mas garante ter conseguido separar bem os dois trabalhos.
— Eu nunca me subestimo. Sou uma pessoa que segue em frente sem criar travas. Mas também não idealizo nada. Sou assim no trabalho. Já na minha vida talvez eu tenha mais medo e seja mais mineira — diz a jovem nascida em Aiuruoca, interior de Minas.

Depois de atuar em seis novelas e em um episódio de “As brasileiras”, Isis tem status de estrela na Globo. Hoje, garante, já superou questões que a assombraram no início da carreira e aprendeu a deixar uma personagem para trás antes de encarnar outra nova pela frente. Em “Caminho das Índias (2009), feita logo na sequência da estridente Rakelli, de “Beleza pura” (2008), ela teve dificuldades para encontrar o tom da romântica Camila.

— Era muito novinha. Ia para o workshop de “Caminho das Índias”, no Projac, ainda vestida como Rakelli. Mas não demorou muito e a Camila veio — justifica a atriz.
Isis também entendeu que a ansiedade que sente a cada novo trabalho é normal.

— Achava que era um defeito de atriz iniciante nervosa. Tenho a alma inquieta e isso explica muita coisa. Sou hiperativa — dispara a atriz, dizendo que encontra no trabalho a calma de que precisa.
Com planos de só voltar ao ar no segundo semestre, Isis quer dar uma parada agora para “ver a família, cuidar da vida e dos cachorros, que estão abandonados”. Ao pensar no próximo aniversário (17 de fevereiro, quando ela completa 26 anos), exagera:
— Estou velha. Ontem mesmo eu tinha 17 anos. Hoje eu já vejo um trabalho meu daquela época como algo retrô.

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