sexta-feira, 9 de março de 2012

Mundo de video Online é uma bagunça,diz engenheiro do Google

Folha.com

O mundo do vídeo on-line é uma bagunça, e lidar com ela é um dos maiores desafios das empresas do setor, disse Jeremy Doig, diretor de engenharia do Google.

Em palestra realizada na CeBIT, feira de tecnologia que ocorre até sábado em Hannover, Doig afirmou que a grande variedade de tecnologias --codecs, containers, formatos, bitrates, resoluções, dispositivos -- de vídeo disponível impõe muitas dificuldades técnicas.

Nigel Treblin/Associated Press

Participantes da CeBIT, feira de tecnologia que ocorre até sábado em Hannover (Alemanha)

As pessoas fazem upload de vídeos de diferentes fontes e formatos, e a plataforma precisa suportar toda essa diversidade. "Você não pode virar as costas." Segundo Doig, o codec dominante no YouTube é usado em apenas 28% dos vídeos --ou seja, limitar-se a suportar o padrão mais popular é inviável.

"A realidade do mundo é que nós temos que oferecer suporte a esses diferentes formatos se estamos neste negócio [do vídeo on-line]", disse o engenheiro. Isso tem um custo, "ninguém gosta de criar mais complexidade", mas é necessário.

Para ele, o "sistema flexível" do YouTube --mais de cem formatos já foram suportados ao longo dos anos-- é um dos responsáveis pela larga vantagem do site sobre os concorrentes no mercado.

A multiplicidade não é um problema apenas na chegada dos vídeos, mas também na saída: os meios de distribuição e reprodução são muito diversos, o que acrescenta mais complexidade.

"Todos os protocolos e mecanismos que as pessoas usam hoje são baseados nesta ideia da televisão da década de 1950 segundo a qual você transmite [o conteúdo] uma vez, e todo o mundo recebe a mesma coisa e vê a mesma coisa em todos os pontos de recepção. E isso não é verdade", disse Doig. Por isso, os custos para oferecer vídeo on-line com boa qualidade podem ser bem altos.

Doig lamentou a falta de mecanismos eficientes para medir a qualidade da transmissão de vídeo pela internet. Enquanto o setor de televisão dispõe de várias ferramentas para isso, "para o on-line, não há nada". Não há um mecanismo que informe qual dispositivo ou serviço é melhor para vídeo, tudo é muito subjetivo, disse. "Se você não pode mensurar, não consegue melhorar."

Todos esses desafios --e outros, como a necessidade de conexões mais rápidas-- compõem um cenário complicado. "Mas nós gostamos desses problemas", brincou o engenheiro.

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