quarta-feira, 21 de abril de 2010

FAS: Terceiro dia de Festival terá dois espetáculos teatrais

Quem comparecer ao terceiro dia do Festival América do Sul, 30 de maio, na cidade de Corumbá, vai poder prestigiar duas apresentações teatrais: Mão na luva, do grupo Tapa e A cabeleireira, do grupo de Pesquisa e Experimento (Hendÿ). As peças serão apresentadas nos espaços cênicos montados em dois prédios históricos de Corumbá: Casa Vasquez e Instituto Luis de Albuquerque (ILA).

A programação teatral começa a partir das 18 horas, com a peça Mão na luva, na Casa Vasquez. A peça, de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), conhecido como Vianinha enfoca a noite de separação de um casal, chamados pelo autor de Ele e Ela depois de nove anos de casamento. Unidos por força da atração mútua e pela cumplicidade de ideais compartilhados, o casal discute a separação em uma seqüência de movimentos de aproximação e distanciamento ritmados pela pulsação emocional das duas personagens em cenas entrecortadas por flashes. Em Mão na luva, o autor trata de amor, confiança e relações, discutindo princípios, coerência ideológica, oportunismo e infidelidade.



O elenco é formado por Isabella Lemos e Marcelo Pacífico, atores do núcleo de estudos do grupo Tapa que trabalharam mais de um ano no desenvolvimento do projeto da peça. Escrito em 1966, o texto nunca foi apresentado ao público pelo autor Vianinha. Ele foi arquivado e só descoberto 18 anos depois numa compilação de seus trabalhos. A primeira de pouquíssimas encenações deste texto foi feita em 1984, pelos atores Marco Nanini e Juliana Carneiro da Cunha, com direção de Aderbal Freira Filho.



A releitura do texto de Vianinha traz a tona um autor que foi muito valorizado nos anos 60. Há muito material deste importante dramaturgo a ser ainda resgatado e relido. Assim como fez o próprio grupo Tapa nas montagens de Corpo a Corpo, em 1995 e Moço em estado de sítio, no ano de 1997. A peça Mão na luva estreou em janeiro do ano passado como o primeiro projeto do núcleo de estudos do grupo Tapa e comemora um ano em cartaz abrindo o novo projeto do grupo em 2010 que é o Panorama do teatro brasileiro, 2ª geração. A duração do espetáculo é de 75 minutos e é recomendado para maiores de 14 anos.



A Cabeleireira

Depois de prestigiar a apresentação da “Mão na luva”, o público do festival tem encontro marcado às 19 horas no Instituto Luis de Albuquerque (ILA) para assistir a peça “A Cabeleireira”, montada pelo Grupo de Pesquisa e Experimento em Teatro (Hendÿ).

O espetáculo é um conto em primeira pessoa, a personagem-narradora se põe a falar de uma cliente imaginária que não lhe responde. Em sua conversa confidencia fatos relevantes de sua vida, sempre pautados pela resignação - sentimento que lhe faz aceitar abusos sexuais do tio quando criança e a violência do marido vaidoso. Entretanto, um dia, por motivo banal, a personagem deixa de suportar todos esses abusos surpreendendo a si mesma. “A Cabeleireira” é uma transposição cênica do conto de Inês Pedrosa.

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