terça-feira, 17 de novembro de 2009

Centro Cultural BB traz à Capital mostra de cinema inédita

Para os amantes da sétima arte, uma mostra inédita de filmes compõe a programação do CCBB Itinerante em Campo Grande. Com curadoria de João Juarez Guimarães, Recortes do Cinema Francês celebra o Ano da França no Brasil e conta com a exibição de títulos em três módulos temáticos, todos em DVD. Entre 17 e 22 de novembro, serão exibidos filmes produzidos pela França em parceria com outros países. São longas que tratam da produção atual francesa e filmes que documentam vida e obra de alguns dos principais realizadores do cinema francês. A mostra é realizada com parceria da Embaixada da França e sua Cinemateca.


Considerando a importância que a produção cinematográfica francesa sempre ocupou – e ocupa – no cenário das artes mundiais, Recortes do Cinema Francês chega com o objetivo de incrementar a divulgação e despertar o interesse por essa vigorosa filmografia em cidades brasileiras através da exibição de títulos recentes e inéditos comercialmente em nosso país.



A mostra exibirá 12 filmes divididos nos seguintes módulos temáticos:



Francofilias (3 filmes): a França é o país que tradicionalmente mais investe em co-produções com outras nações, realizando parcerias com os outros quatro continentes e possibilitando o desenvolvimento de diversas cinematografias e a afirmação de novos talentos.



Novos Cineastas Franceses (6 filmes): com uma produção anual de cerca de 200 títulos, a França lança uma numerosa quantia de autores iniciantes a cada temporada. Premiados ou com participação nos principais festivais do mundo, boa parte desses novos autores têm a exibição de suas obras restritas ao território francês, não raro apenas a Paris. De acordo com um consenso existente entre as mostras e festivais de cinema internacionais, esta seleção contempla cineastas que entre o ano de 2000 e 2008, não tenham assinados mais que três longas-metragens.



Três Mestres do Cinema Francês (3 filmes): berço de autores históricos, a produção francesa documenta vida e obra de seus principais realizadores.



Programação do Cinema


Dia 17 de novembro, terça-feira:

14h30: Jacquot de Nantes (118 min).

19h30: 7 Anos (86 min)

Dia 18 de novembro, quarta-feira:

14h30: Fábrica do Conto de Verão (90 min)

19h30: A Cabeça de Mamãe (102 min)



Dia 19 de novembro, quinta-feira:

14h30: Heremakono – Esperando a Felicidade (96 min)

Dia 20 de novembro, sexta-feira:

14h30: Papéis Não Queimam Brasas (86 min)

19h30: Os LIP – A Imaginação no Poder (118 min)



Dia 21 de novembro, sábado:

17h: Povoado Número Um (100 min)

19h: O Último dos Loucos (95 min)

21h: François Truffaut: Uma Autobiografia (78 min). Legendas em espanhol.

Dia 22 de novembro, domingo:

17h: 7 Anos (86 min)

19h: A França (102 min)

21h: Os Encantos de Paloma (134 min).

Sinopses dos filmes:

Francofilias

Os Encantos de Paloma, de Nadir Moknèche – 134 min. (Argélia-França, 2007).

Madame Argélia é o pseudônimo da cinquentona dona de uma boate onde trabalham belas mulheres. Mas o envolvimento de Paloma, a mais nova colaboradora da casa, com seu filho Ryad, abala as convicções da cafetina. Depois de morar em Londres, Paris e Nova York, Moknèche (Argel, 1965) iniciou carreira em seu país natal e ganhou o apelido de “Almodóvar da Argélia” graças ao humor e colorido – além das cenas de nudez, incomuns para o cinema árabe - com que condimenta seus filmes.

Prêmio Lumière de Melhor Filme Francófono. Classificação indicativa: 16 anos.

Heremakono – Esperando a Felicidade, de Abderramane Sissako – 96 min. (Mauritânia-França, 2002).

Jovem do interior africano instala-se na capital do país enquanto espera o navio que o levará para estudar no exterior. Sissako nasceu na Mauritânia, em 1961, foi criado no Mali, estudou cinema em Moscou e radicou-se na França. Com Heremakono, obra inventiva e poética de tinturas autobiográficas, consolidou-se como um dos mais interessantes cineastas, ainda que pouco conhecido, da atualidade.

Grande Prêmio – Festival de Ougadougou, Melhor Filme – Festival de Cinema Independente de Buenos Aires, Prêmio da Crítica Internacional - Mostra “Um Certain Regard” - Festival de Cannes, Prêmio da Cultura Francesa de 2003, Prêmio Especial do Júri – Festival de Gijón. Classificação indicativa: livre.

Papéis Não Queimam Brasas, de Rithy Pahn – 86 min. (Camboja-França, 2007).

O cambodjano Rithy Pahn é conhecido por seus poderosos documentários que dissecam a tenebrosa herança deixada em seu país pelo Khmer Vermelho.

As causas para essa opção são fáceis de entender: Phan (Phonm Penh, 1964) foi preso em 1975 e posteriormente, com 15 anos de idade, fugiu de um campo de concentração para a Tailândia e conseguiu se instalar na França onde formou-se pelo IDHEC e construiu uma bem sucedida carreira alternando ficções e documentários.

Papel... acompanha o processo de exclusão social de um grupo de prostitutas, moradoras de um prédio degradado no centro da capital do Camboja, que sentem-se impedidas de voltarem às vilas natal por medo que descubram o que faziam para sobreviver na cidade grande. Classificação indicativa: livre.

Novos Cineastas Franceses

7 Anos, de Jean-Pascal Hattu – 86 min. (França, 2007).

Mulher visita regularmente o marido na prisão que está cumprindo uma pena de sete anos e sempre é seguida por um homem durante o caminho. Após conhecerem-se e iniciarem um relacionamento, ela descobre que seu amante é o carcereiro do marido.

O estreante Jean-Pascal Hattu (Paris, 1962) filma com segurança esse angustiante triângulo amoroso e extrai elogiada interpretação dos atores. Classificação indicativa: 16 anos.

A Cabeça de Mamãe, de Carine Tardieu – 95 min. (França, 2007).

Menina convive com a mãe depressiva até encontrar uma foto antiga em que ela aparece feliz e sorridente ao lado de um homem. A filha então decide encontrar o estranho e trazê-lo de volta na esperança de que a mãe volte a ser feliz. Classificação indicativa: 12 anos.

A França, de Serge Bozon – 102 min. (França, 2007).

Em 1917, durante a Primeira Grande Guerra, mulher junta-se a uma tropa de soldados em busca do marido desaparecido. Paralelamente a uma ativa carreira de ator, Bozon vem se destacando na cena contemporânea como diretor ao introduzir inusitados números musicais na narrativa já estilizada de seus filmes. Prêmio Jean Vigo de Melhor Filme. Classificação indicativa: 16 anos.

Os LIP – A Imaginação no Poder, de Christian Rouad – 118 min. (França/07).

Este filme enfoca a histórica greve de 1973 na usina Lip, no interior francês, célebre por durar vários anos e ter como palavra de ordem – e colocar em prática – o lema de todos os contestadores de 68. Em seu primeiro longa, Rouad (Paris, 1948) realiza um documentário eletrizante que segundo a crítica internacional, revigora o gênero a partir do formato clássico de entrevistas e material de arquivo. Indicado ao César de Melhor Documentário. Classificação indicativa: 14 anos.

Povoado Número Um, de Rabah Ameur-Zaïmeche (França-Argélia, 2006).

Imigrante argelino é extraditado pela França para o país natal após cinco anos de detenção por tráfico de drogas. Segundo longa, este filme é uma elaborada meditação sobre as contradições de uma nação dividida entre tradição e modernidade e levou Zaïmeche (Beni Zid, 1966) a firmar-se como um dos mais sofisticados autores de origem magrebina entre os muitos em atividade no cinema francês atual. Prêmio da Juventude - Festival de Cannes. Classificação indicativa: 16 anos.

O Último dos Loucos, de Laurent Achard – 95 min. (França, 2006).

Laurent Achard conseguiu destacar-se graças à dupla premiação que este seu segundo longa conseguiu no importante festival da cidade suíça de Locarno. O Último dos Loucos tem recebido elogios devido à maestria com que narra a soturna trajetória de um garoto da zona rural francesa que assiste, sem nada poder fazer, a desintegração de sua família afundada na loucura e no álcool. Leopardo de Prata e Prêmio do Júri Ecumênico - Festival de Locarno, Prêmio Jean Vigo de Melhor Filme.

Classificação indicativa: 16 anos.

Três Mestres



Fábrica do Conto de Verão, de Jean-André Fieschi - 90 min. (França, 2005).

Eric Rohmer é dos mais cultuados cineastas da atualidade e o último dos integrantes da nouvelle vague francesa a ter maior aceitação popular, e hoje reúne uma verdadeira seita de admiradores que defendem intransigentemente seus filmes rigorosos e de recorte clássico, mas banhados por uma finíssima e quase impalpável ironia.

Neste filme, Jean-André Fieschi, antigo colaborador da revista Cahiers du Cinema e autor de documentários sobre Jean Rouch e Pasolini, utiliza material obtido por François Etchegaray, assistente de Rohmer em “Conto de Verão” (1999), para mostrar os bastidores das filmagens de uma obra do mestre francês. Classificação: livre.

François Truffaut: Uma Autobiografia, de Anne Andreau - 78 min. (França, 2004).

A produtora, roteirista e documentarista Anne Andreau (Paris, 1939) tem em seu currículo trabalhos sobre Juliette Binoche e Romy Schneider, a diretora belga Chantal Akerman, o cineasta egípcio Youssef Chahine e o produtor francês Humbert Balsan.

Este filme destaca-se pela constelação que Andreau conseguiu reunir para prestar depoimentos sobre o realizador: estão presentes nesta obra elogiada nomes como Woody Allen e Milos Forman, atrizes que trabalharam com Truffaut (Catherine Deneuve, Jeanne Moreau, Isabelle Adjani), a primeira esposa Madeleine Morgenstern, a viúva Fanny Ardant e o ator fetiche Jean-Pierre Leaud. Legenda em espanhol. Classificação indicativa: livre.

Jacquot de Nantes, de Agnès Varda – 118 min. (França, 2001).

Agnès Varda (Bruxelas, 1928), viúva do realizador francês Jacques Demy (1931-90), considerado um renovador da linguagem dos filmes musicais, reencena a infância do marido e o despertar da paixão pelo cinema, quando criança, na cidade de Nantes. O resultado é um filme terno e comovente onde um dos muitos atrativos são as recriações de cenas dos filmes de Demy que se tornariam célebres, esplendidamente inseridas na narrativa ficcional. A apaixonada Varda ainda revisitaria o legado do marido em três outros aplaudidos longas metragens. Exibição hors concours – Festival de Cannes. Classificação indicativa: 10 anos.



CCBB Itinerante

Com o objetivo de levar arte, cultura e lazer a várias capitais do país, o Banco do Brasil realiza mais uma edição do Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante. Neste ano, o projeto passa por 18 cidades com eventos sócio-culturais. Durante 95 dias, crianças, jovens e adultos das cinco regiões do país estão sendo beneficiados com eventos nas áreas de música, teatro, literatura, cinema, dança e artes plásticas. O objetivo é democratizar a cultura e revelar novas tendências artísticas, proporcionando a valorização dos talentos locais.

SERVIÇO

Mostra Recortes do Cinema Francês

Período: 17 a 22 de novembro 2009.

Classificação indicativa: de acordo com cada filme.

Lotação: 105 lugares



Local: Museu de Arte Contemporânea de MS – MARCO

Endereço: Rua Antônio Maria Coelho, 6000 – Parque das Nações Indígenas

Entrada gratuita, mediante retirada de senha a partir de 1h antes do início do evento.

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