segunda-feira, 13 de julho de 2009

Show repleto de brasilidade de Elba Ramalho abre 10º Festin



A cantora paraibana Elba Ramalho abre a temporada de grande shows do 10º Festival de Inverno de Bonito. A apresentação será na primeira noite (29) do festival, na Grande Tenda, e será aberta ao público com entrada gratuita. Elba apresenta ao público de Bonito empolgantes ritmos nordestinos numa apresentação cheia de brasilidade e repleta de xotes e baiões.

Neste ano, a cantora, que está entre os principais nomes da Música Popular Brasileira (MPB), comemora 30 anos de carreira, com seis discos de platina e 13 de ouro acumulados. Sua vitoriosa trajetória na música brasileira é celebrada com o disco “Balaio de Amor”, que vem homenagear os ritmos nordestinos, que assim como o samba, têm essência na brasilidade. Para a cantora essas canções são românticas, relativamente simples, mas de uma poesia muita rica.

Elba Ramalho surgiu aos olhos do público brasileiro no final da década de 70, após integrar o elenco da montagem original da peça “A ópera do malandro”, de Chico Buarque. Ela surpreendeu o país com seu primeiro LP “Ave de Prata”, inspirado na composição homônima de Zé Ramalho. O trabalho de lançamento já incluía diversas músicas de compositores nordestinos, isso é uma das marcas da cantora ao longo da carreira.

Paraibana, a artista herdou de seu pai a musicalidade do nordeste. Cresceu rodeada pelo solo seco e vegetação árida, onde se familiarizou com os mais diversos ritmos da região: baião, maracatu, xote, frevo, pastoril, caboclinhos e forrós. Gêneros que preservam a pureza de uma cultura eminentemente popular.

Começou a carreira tocando bateria na banda “As Brasas”, formada somente por mulheres, em 1968, quando cursava faculdades de Economia e Sociologia. Os estudos duraram cinco anos, porém a artista não concluiu. A banda se tornou grupo teatral, o que não distanciou Elba da música, que continuava a participar de diversos festivais pelo nordeste. Em 1974, foi para o Rio de Janeiro com o Quinteto Violado, onde se estabeleceu como atriz de teatro, mas sempre em musicais, onde a atriz encontrava a intérprete. Em 77, participou de “Morte e vida severina”, filme inspirado na obra de João Cabral de Melo Neto. Em 78, integrou o elenco da peça “A ópera do malandro”, sua interpretação de “O nosso amor” com Marieta Severo lhe valeu prêmios e seu primeiro contrato como cantora com a gravadora CBS.

Além do importante reconhecimento nacional, a artista também foi aplaudida por platéias internacionais, como no Olympia de Paris, no Blue Note, de Nova York, no Brixton Academy de Londres e no Festival de Montreaux, na Suíça. Em 2008, Elba Ramalho foi a vencedora do Grammy Latino, na categoria melhor álbum regional, com o trabalho “Qual o assunto que mais lhe interessa?”, quando atualizou o repertório, mas sem fugir da identidade artística dos projetos anteriores. O álbum colocava em discussão temas que ocupam os noticiários e questionam a contemporaneidade.

No show de Bonito, a platéia terá a oportunidade de ver a apresentação de uma artista experiente, serena e dona de si. “Há 30 anos, quando lancei ‘Ave de Prata’ a intérprete vibrante e de timbre marcante já estava lá, mas aprendi a explorar outras regiões vocais; o grave e o médio. A ansiedade da iniciante, que arriscava tudo, deu lugar para uma artista mais serena e dona da arte do seu ofício”, avalia Elba.

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