quinta-feira, 14 de maio de 2009

Um Ato de Liberdade, que estréia no país nessa sexta-feira

Um Ato de Liberdade, que estréia no país nessa sexta-feira, conta a trajetória dos irmãos Bielski, que entraram para a História como os responsáveis por salvar o maior número de judeus durante a 2a Guerra.

Eles integraram uma unidade que acabou se transformando num grupo de resistência ao avanço nazista. Baseado num livro reportagem de Nechama Tec, o roteiro é assinado pelo diretor e Clayton Frohman.

Tulvia (Daniel Craig, o atual James Bond), Zus (Liev Schreiber, de X-Men - Origens: Wolverine), Asael (Jamie Bell, de Billy Elliot) e o pequeno Aron (George MacKay, de Peter Pan) são os irmãos que, depois de verem os pais mortos por autoridades locais, são obrigados a se esconder numa floresta na Europa Oriental.

"Judeus não lutam", comenta um soldado russo ao conhecer os dois Bielski mais velhos. "Esses judeus lutam", responde Tulvia.

É exatamente esse o espírito de Um Ato de Liberdade, dirigido por Edward Zwick (Diamante de Sangue). Há poucos anos, Steven Spielberg, em Munique, também mostrou um grupo de judeus em luta contra os seus inimigos - mas na década de 1970. No entanto, os personagens de Spielberg carregavam um conflito interno forte e complexo, que falta no filme de Zwick.

Tulvia e Zus se tornam os líderes de um grupo de judeus sobreviventes que monta um acampamento em uma floresta na Bielorússia e resiste a todos os nazistas que se aproximam. O mais velho tenta ser diplomático - embora não hesite quando é necessário empunhar uma arma. Já seu irmão é mais radical, tanto que abandona o grupo para se unir aos russos. O que tinha potencial para gerar um bom conflito, acaba não sendo explorado no filme.

Um Ato de Liberdade busca momentos de grandiosidade. O personagem de Craig é praticamente um líder nato, que aceita o seu posto, mas não lida muito bem com os opositores - nesses momentos, ele deixa a diplomacia de lado. Há também, é óbvio, um romance entre ele e uma outra judia (Alexa Davalos, de O Nevoeiro) - ela, em contraponto, muito bela e equilibrada em suas decisões.

Zwick nunca foi um diretor de sutilezas, ao contrário. A fotografia rebuscada de Eduardo Serra (Moça com Brinco de Pérola) busca exaltar a grandiosidade e o heroísmo dos personagens, mas tudo é muito limpinho e bonito, faltando o cotidiano sujo da época. Nem quando os personagens estão cobertos de sangue parecem deixar de ser grandiosos.

Um Ato de Liberdade se propõe, acima de tudo, a fazer uma correção à figura do judeu, visto muitas vezes como passivo na 2a Guerra. Mas por que, então, um tema tão raro no cinema parece tão banal quando transposto para a tela?

Reuters

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