terça-feira, 1 de julho de 2008

Museu de Arte Contemporânea abre 2ª temporada de exposições

Nesta quinta-feira (3/7), às 19h30, o Museu de Arte Contemporânea abre sua 2ª temporada de exposições de 2008 com três mostras: "Tanê", de Mauro Yanase, "Impressões Visuais: 50 anos da Comissão Fulbrigth no Brasil" e "Coletiva 100 Anos da Imigração Japonesa", com os artistas Áurea Katsuren, Fujita, Mauro Yanase, Neide Ono, Renato Arakaki, Roberto Higa, Rose Kanamura e Sayo. Na abertura haverá apresentações culturais típicas japonesas, de música e dança: Taikô, Shamissen, Zei e Utsikumi Kanayo, da Associação Okinawa de Campo Grande.

A Coletiva dos 100 anos da Imigração Japonesa reúne pela primeira vez os artistas sul-mato-grossenses que têm em comum a origem dos primeiros imigrantes. "A coletiva põe em evidência questões prementes para a arte contemporânea relacionada à nossa presença no mundo, no espaço, e à nossa origem e permanência, no tempo. Ela mostra que a tradição nunca permanece intocável e que é possível dialogar com ela", comenta Maria Adélia Menegazzo, professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte. "A prática de uma exposição coletiva, muito mais do que buscar uma identidade, expõe a diferença entre os artistas que dela participam. Se a origem nos primeiros imigrantes japoneses é o que une a todos, a percepção de que o lugar da arte nos torna a todos diferentes está posta", completa.

Em sua nova série de esculturas, Mauro Yanaze elabora as formas a partir do tema "Tanê", palavra japonesa que significa "semente". "Nitidamente percebemos a predominância da estrutura circular no conjunto que se repete com sutis variações nos detalhes e nos volumes. Na repetição dos elementos, Yanaze propõe arranjos de grupos de peças quase-idênticas para estabelecer novas relações de sentido com o espaço transformando o projeto em instalação. Atualiza assim a tradição milenar da cerâmica aos conceitos e dimensões da contemporaneidade", explica Rafael Maldonado, um dos curadores desta exposição.

Já a mostra "Impressões Visuais: 50 anos da Comissão Fulbright no Brasil" traz 126 imagens da fotografia brasileira e norte-americana que mostram fatos e pessoas que marcaram os últimos 50 anos de história do Brasil e dos EUA. Sua escolha resulta de uma pesquisa de quase dois anos em vários arquivos brasileiros e norte-americanos, e pretendem revelar, imageticamente, algumas diferenças e semelhanças entre as duas nações do continente americano. "As imagens se destacam por aspectos histórico, documental e estético, e muitas delas foram premiadas com o Pulitzer e o Esso de jornalismo. Muitas se tornaram ícones do fotojornalismo, tendo conseguido captar momentos históricos com força e intensidade, se inscrevendo num processo mais amplo da memória visual coletiva", comenta o curador da mostra João Kulcsár.

A mostra itinerante é do Fullbright, programa de intercâmbio educacional e cultural do governo dos EUA criado em 1946. No Brasil, o programa é administrado desde 1957 pela Comissão Fulbright e que hoje celebra seus 50 anos atuando na área acadêmica em parceria com diversas instituições nacionais, para promover o intercâmbio educacional e cultural. São parceiros da exposição a embaixada americana e o Iphan.

A mostra está dividida em seis capítulos: "Herança", que contém imagens representativas das culturas africanas, européia e indígena; "Política", com fatos e personalidades influentes no meio político; "Cultura", através do qual é possível se ver manifestações populares e algumas das personalidades do mundo artístico; "Cidadania", que busca expressar as lutas e conquistas da população quanto aos direitos do cidadão; "Esportes", no qual está a emoção, a força e a paixão dos esportes populares; e, por último, "Meio ambiente", que apresenta visões dos parques nacionais e conduz a reflexões sobre o que temos feito com o nosso habitat.



Apresentações culturais japonesas



O Shamissen é um instrumento de cordas semelhante ao banjo, enquanto o Taikô é o conjunto de três instrumentos musicais de percussão, executados principalmente por jovens, com toques e coreografias próprias e ao ritmo de coros vocais e músicas clássicas e populares modernas Okinawa-Ken.

Entre as apresentações de dança, Zei re-encena a história dos jovens que no retorno da guerra foram até o Palácio Imperial cumprimentar o Imperador e foram elogiados pela bravura e coragem. Já Utisikumi Kanayo traz uma coreografia que busca traduzir o romance e colóquio amoroso entre casais apaixonados, através de trocas de carinhos e outros gestos de manifestação de afeto. Jorge Joji Tamashiro, presidente da Associação Okinawa de Campo Grande, comenta: "As danças clássicas e folclóricas da Província de Okinawa (Japão), que são praticadas por jovens e senhoras da terceira idade, foram trazidas ao Brasil pelos imigrantes egressos daquela Província no início do século passado, cujas orientações e práticas foram repassadas de gerações a gerações e, geralmente, traduzem, através de passos, alegorias harmoniosas e outros múltiplos adereços, as lendas milenares das lutas dos samurais, dos maridos que deixavam a esposa e família na busca de trabalhos em rincões longínquos, também reproduzem cenas de lutas e guerras, e, acima de tudo, traduzem o carinho e o amor".



Serviço



Unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, o Museu de Arte Contemporânea está localizado na Rua Antônio Maria Coelho, 6000 – Parque das Nações Indígenas, com atendimento ao público de terça a sexta, das 12 horas às 18 horas, e aos sábados e domingos, das 14h às 18h. Telefone: 3326-7449.




--

Nenhum comentário:

Postar um comentário